sábado, 6 de fevereiro de 2021

SOLIDÃO COMPARTILHADA

   


          Maria de Soledade era uma senhora de idade indefinida, aposentada, ex-professora universitária da Escola de Belas Artes. Seu nome era simplesmente Maria, como tantas outras mulheres, com sobrenome assaz comum. Sendo oriunda da cidade de Soledade de Minas, passou a ser conhecida como Maria de Soledade. Ela gostava da alcunha. Era uma maneira de divulgar sua cidade interiorana, um dos 15 municípios integrantes do circuito das águas, em Minas Gerais. Cidade pouco conhecida,  permaneceu à sombra das vedetes do circuito, como Caxambu, Lambari, São Lourenço, Poços de Caldas...

 Maria saiu de Soledade durante a juventude, para fazer uma graduação e nunca mais voltou. Casou-se, criou família, enviuvou, trabalhou até à aposentaria e escolheu uma cidade praiana para amarrar seu viver. Deixou o circuito das águas para radicar-se no balneário de Guarapari (ES). Sentia-se livre dos ditames do relógio, para fazer o que bem entendesse, mas a ausência do marido, dos filhos, dos netos e até mesmo dos alunos anuviava seu cotidiano. Sentia o peso da “soledade”. Ouvia músicas, via filmes, lia livros, caminhava no calçadão, furava ondas, passeava na praça, sempre a sós.  Era muito monótono estar o tempo todo consigo mesma. Após um ano de reclusão domiciliar e de isolamento devido à pandemia, o de que ela mais carecia era alguém para conversar, trocar ideias, discutir sobre um bom livro ou sobre um bom filme, até mesmo para fazer as refeições temperadas de diálogos sobre um tema qualquer.

 Maria morava em um edifício mediano e levava uma vida também mediana, sem luxo e sem dificuldades financeiras.  Mente brilhante e irrequieta, queria sair da malfadada “medianidade”. Gostaria de “balançar o galho” da rotina, de mudar o statu quo, de fazer algo inusitado... mas como, quando, onde e com quem? Quando acabaria o confinamento voluntário, porém compulsório, se quisesse continuar viva? Estava cansada da solitude.

Certo dia, saiu de casa com o duplo objetivo: caminhada e banho de sol. Ao atravessar a praça, diante do edifício, tropeçou em um paralelepípedo, desequilibrou-se e estatelou-se no chão. Um senhor, assentado em um banco, à sombra de uma árvore e mergulhado na leitura de um jornal, assustou-se com o barulho e se ofereceu para ajudá-la. Não era nada grave. Mesmo assim, com ares de preocupação, quis chamar uma ambulância. Ela recusou, gentilmente. Queria distância de hospitais, estando todos eles lotados e infestados do vírus corona que já havia matado mais de dois milhões de pessoas em apenas onze meses. Ele fez questão de acompanhá-la à casa. Maria tinha a sensação de tê-lo visto algumas vezes, mas não conseguia se lembrar de onde nem de quando. Seu semblante não lhe era estranho. Andaram lado a lado, mantendo o devido distanciamento um do outro, usando máscaras. Conversaram sobre amenidades, até se aproximarem da portaria do edifício onde ela morava. Coincidentemente ambos residiam no mesmo prédio; ela no terceiro andar; ele, no sétimo. Despediram-se cortesmente, sem delongas, não sem antes se identificarem.  Ele se chamava Yvo Abrantes.

No dia seguinte, Soledade assuntou com o porteiro sobre seu novo conhecido. Soube que era arredio, introvertido, de pouca prosa, ou pior: de prosa alguma. Por isso, segundo o porteiro, era chamado pelos condôminos de Yvo Esquivo.

 Soledade não viu nenhuma sombra de misantropia em seu interlocutor. Ao contrário: era afável, dir-se-ia um gentleman. Soube que era um desembargador aposentado, muito respeitado profissionalmente. Vivia solitário após a viuvez e, como Soledade, tinha filhos espalhados ao deus-dará, sempre ausentes. Sua mulher tinha partido vítima da covid, na primeira onda, havia menos de um ano. Durante a pandemia, era aconselhável que idosos não se aproximassem de filhos, nem de netos. Estes eram mais resistentes, mas podiam ser portadores do vírus. Yvo Esquivo e Maria Soledade estavam fadados à solidão. Não se aproximavam nem dos vizinhos. Todos estariam infectados até prova em contrário.

Dias depois, durante a caminhada diária para o banho de sol (vitamina D para aumentar a imunidade), lá estava ele, no mesmo banco, de máscara, lendo um livro. Ela se aproximou, cumprimentou-o, mas evitou incomodá-lo.

− Por que tanta pressa? − Perguntou-lhe ele. − Sente-se um pouco para descansar. Pode se aproximar. Prometo que não mordo. Ele soltou uma bela gargalhada e com isso o gelo se quebrou. Prosearam por cerca de meia-hora e combinaram de caminhar no calçadão da praia, no dia seguinte. A partir de então, dia sim dia não, caminhavam e, eventualmente, paravam para uma água de coco gelada, no quiosque mais próximo.

Em uma dessas caminhadas, a gastronomia veio à baila. Ele manifestou suas preferências por frutos do mar. Maria também apreciava sobremaneira esse tipo de culinária. Um lampejo passou por sua mente: juntar as duas solidões para um jantarzinho descomprometido. Se ambos estavam confinados havia tanto tempo, um não representaria perigo para o outro. Dito e feito. Preparou uma torta capixaba, como entrada, e uma moqueca de lagosta como prato principal. Após algumas taças de vinho, Yvo Esquivo perdeu a “esquivez”. Mostrou seu lado inteligente e perspicaz. Ele podia ser arredio com os condôminos, como se dizia pelos corredores, mas ali, diante dela, ele era uma pessoa falante, lúcida e sobretudo muito culta. Conversaram sobre os mais variados assuntos: cinema, música, literatura, viagens... Enfim, uma soirée extremamente agradável. Na semana seguinte, foi a vez de ele mostrar seus dotes culinários. Como entrada, serviu alguns acepipes, acompanhados por um champanhe original da região de Champagne. Preparou para ambos um Rôti de veau aux fines herbes, acompanhado de vinho tinto, da região de Bordeaux.

 Com o tempo, a amizade foi se estreitando e o distanciamento foi diminuindo. Os encontros noturnos eram cada vez mais agradáveis e mais produtivos. Acabaram fazendo uma programação noturna semanal. Às segundas-feiras, viam um bom filme, seguido de conversas sobre o cineasta e sua obra; às terças, jantar gastronômico, com cardápio escolhido previamente; às quartas-feiras, discutiam um bom livro escolhido com antecedência; às quintas-feiras, audição musical de ambas as preferências; às sextas- feiras, sairiam para um bom restaurante, não fosse a pandemia. Deixaram a noite de sexta em aberto, para alguma eventualidade. Os finais de semana seriam reservados às famílias, na esperança de que alguma vacina acabasse logo com o confinamento.

 Aquele estreitamento de amizade, totalmente inusitado e talvez até condenável, durante o tão propalado “distanciamento social”, transformou-se em doce rotina. Soledade quis animar mais os encontros. Sugeriu que as noitadas reservadas ao cinema e à literatura fossem em pequeno grupo de confinados, da mesma faixa etária. Não representariam perigo. Decidiram convidar dois vizinhos solitários. Ambos aceitaram prontamente. O que todos mais queriam era justamente ver gente, conversar, mesmo que não pudessem se aproximar, nem se tocar. Bons tempos aqueles em que se podia abraçar um amigo, um filho, um neto... Bons tempos dos apertos de mãos, das beijocas nas faces, para cumprimentar e despedir... Era coisa do passado.

 As normas sanitárias assim como as normas dos encontros foram estabelecidas pelo pequeno grupo. Semanalmente, todos assistiriam ao mesmo filme e leriam o mesmo livro para um “debate-papo”. A cada dia, um dos quatro ficaria encarregado de presidir o evento e de conduzir o debate.  Sucesso total. Cada um fazia questão de brindar o grupo com petiscos saborosos e coquetéis exóticos. Ocupavam uma grande mesa redonda, ao ar livre, no varandão de Soledade, de modo que mantinham o malfadado distanciamento. Como não podiam viajar fisicamente, embarcariam no tempo mítico da literatura e do cinema para evasão da “madrastez” do cotidiano.

 Yvo propôs a todos uma viagem internacional, para quando as fronteiras aéreas se reabrissem e todos perdessem o “medo miúdo da morte”. Um dia aquele pesadelo teria fim. Tudo tem um fim. Ou não? Manifestaram o desejo de visitar a belíssima tríade do Leste europeu: Viena, Praga e Budapeste. Aguardariam a abertura das fronteiras. Estavam habituados à espera. Aliás, esperar era o verbo mais usado no dia a dia, desde o início do flagelo.

Não suportavam mais as notícias midiáticas. Tragédias e mais tragédias. Faltavam vagas nos hospitais e nos cemitérios. Várias vacinas em fase de testes estavam sendo aguardadas, mundo afora. Os idosos ficariam em segundo plano para a vacinação. Primeiramente os profissionais da saúde, estes com altíssima taxa de mortalidade, devido à maior exposição ao perigo. Segundo informações, seria precisa uma segunda dose e manter-se ainda isolado durante determinado tempo, para que a vacina surtisse efeito.

 Com a monotonia do confinamento, Yvo e Soledade perceberam o quanto o ser humano é gregário. Não suporta viver isolado. Desde que se conheceram, a vida de ambos ganhou colorido e vitalidade. Estavam sempre às voltas com a escolha dos próximos livros e dos próximos filmes. Tudo era feito pela internet. Optavam por livros de domínio público e por filmes da Netflix. A viagem era feita sem sair de casa, sem se levantar do canapé. Uma nova rotina, bem mais agradável que a anterior.

 Certa manhã, Soledade se preparava para a caminhada. Haviam combinado de se encontrar no mesmo banco da mesma praça. Subitamente, ouviu o ruído de frenagem brusca, no asfalto, acompanhado de um barulho rouco, de colisão. Olhou pela janela e percebeu um corre-corre. Como estava prestes a descer, mataria a curiosidade do acontecido em poucos minutos. Ao chegar à portaria do prédio, ouviu uma sirene e, logo após, avistou um corpo estendido numa padiola, sendo colocado dentro de uma ambulância. Como estava um pouquinho atrasada, esquivou-se da aglomeração e se dirigiu à praça, onde era aguardada. Banco vazio. Olhou no entorno, deu uma volta, em vão. Abancou-se. Aguardou até se cansar, tentando espantar as caraminholas que infestavam sua cabeça. O banco continuaria vazio. Para sempre.

Jô Drumond

Fevereiro de 2021


COMENTÁRIO DOS LEITORES 

CONTO: “SOLIDÃO COMPARTILHADA”

 

JOSÉ CARLOS MATTEDI – VITÓRIA - ES

"Jô tem um estilo que aprecio muito. Narrativa leve e inteligente. Neste conto não fugiu à regra. Me vi na situação das personagens diante da 'solidão' imposta pela pandemia e diante dos medos e fantasmas que voltaram a nos atormentar. Confesso que esperava um outro final, mais otimista. Até imaginei o casal saindo pelo mundo tipo "sem destino", dando uma banana para a solidão. Mas a nossa autora foi cirúrgica, encerrando a história de acordo com esses tempos nebulosos. Mas acredito que a esperança ocupou o banco vazio... Fraterno abraço".

JC Mattedi


CACAU MONJARDIM – VITÓRIA - ES

Prezada Jô,

Que bom que você com a sua sensibilidade peculiar traçou um perfil desta fase terrível e tão vazia de encontros e convivências, principalmente, as nossas, na trajetória cultural e social. 

Meu abraço pela produção de uma solidão compartilhada. 


MIRIAM TRISTÃO – VILA VELHA - ES

Boa noite Jô

Quero agradecer muitíssimo pelo ótimo Conto "Solidão Compartilhada" que nos enviou, e também por nos dar oportunidade de conhecer e compartilhar seu excelente Blog.

Mande sempre. gostamos muito de seus livros de crônicas, contos, versos etc.

Grande abraço

          Miriam e Adilson

 

MARCOS TAVARES – VITÓRIA - ES

Li o seu conto -crônica "Solidão Compartilhada".

Um outro título poderia ser aquele, nelsonrodrigueano : A Vida como Ela É .

Compartilho desse tristemente belo desfecho: 

"Abancou-se. Aguardou até se cansar, tentando espantar as caraminholas que infestavam sua cabeça. O banco continuaria vazio. Para sempre."

Assim é a vida. 

Dentre outras, de que muito apreciei, ora destaco essas expressões: 

Sentia o peso da “soledade”. 

evasão da “madrastez” do cotidiano.

Dessa outra não achei conveniente o verbo: amarrar seu viver. 

No todo, mais um texto ilustrativo da realidade: a solidão e o desfecho após a esperança.

"C’est  la vie" , diriam os francófonos.

Vou enviar esse para um amigo-colega. Ele se verá em ambos os personagens. Espero que com ele seja menos pior o the end. 

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PEDRO SEVYLHA - ESPANHA

Bon Día, amiga. Leí tu relato deleitándome en las palabras y en el conjunto. Aprendo modos nuevos en tus escritos. Vas creando el ambiente despacio, sin prisas. Imagino las personas y el entorno cambiante, vivo sus sentimientos. Avanzo con los personajes en su avance. Me emociono con ellos, con su acercamiento, con sus reuniones, con sus almuerzos y discusiones intelectuales. Llego a Francia para regresar a Brasil. El final es esperado, pero de otra manera. Escrito así, de esa forma tan original, me dio pena, mucha pena.

En definitiva, maestría en la escritura y delicia para el lector.

Abraço

Pedro

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LOURDINHA  PEREIRA – BRASÍLIA – DF

Jô, adorei “Solidão compartilhada” e me diverti muito com a crônica. As comparações com a realidade de hoje associadas aos relatos foram muito bem colocadas... ADOREI! Muito orgulho de você

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ANATILDES NUNES – GUIMARÂNIA - MG

Jô, querida. História bonita e relato oportuno. Exemplo de Solidariedade para viver melhor esses dias de pandemia. Parabéns. Continue escrevendo. Seus contos fazem bem a todos que têm a felicidade de os ler. Bjs da Madrinha.

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CHANTAL RABY – MONBAZILLAC - FRANÇA

 

Je ne sais pas si ma réponse est partie....ton texte est plaisant, voire même émouvant trop beau et à la fois trop triste.

Merci!

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OSCAR GAMA FILHO – VITÓRIA - ES

Belíssimo conto. Domina com perfeição a arte literária, pós-doutora que é. Contudo, achei o final muito previsível, comum a contos de "arte". Acho que o entorno daria à luz, na coda, a algum realismo mágico, um encanto qualquer, para adoçar a pandemia. Subirem aos céus de mãos dadas, para um passeio eterno, talvez, pela comunhão dos santos O ritmo lento, bucólico, tornou-se rápido demais, abrupto e vago, confiando na inteligência do leitor. A expressão "para sempre" é uma saída fácil, indigna de você. Eu a omitiria. Ficou fácil demais e meio amargo.

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JEANNE BILICH – VITÓRIA - ES

Parabens, Jô! 👏👏👏

Gostei muitissimo! Delícia de se ler e até mesmo inteligente e sutil sugestão de prazerosa iniciativa de “convívio” - cauteloso & prudente - para aqueles que amam ler e são cinéfilos.

Prática saborosa, aliás, que já venho adotando nesses tempos “pandêmicos” com um grupelho (4 ou 5) de queridos & “pensantes” (rsrs) amigos. Vorazes leitores & cinéfilos apaixonados.

E tb destaco o final da deliciosa narrativa - nada piegas, ou seja, deixando de investir num tardio banal “romance de terceira idade” eclodido entre os 2 personagens, mas, sim, colocando

Ponto Final na história de modo realista, inteligente, criativo e belo!

Sim, porque as “artes do fortuito” - ainda que seja uma manifestação do Sr. Thanatos - tb não deixa de ser Arte & Beleza!

Afinal, “Todos os homens são mortais” como nos lembra o título do ótimo livro da imortal Simone de Beauvoir. Beijos 💋💋💋e ratifico meus mais sinceros cumprimentos à amiga e talentosa escritora Jô Drumond.

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MARILENA SONEGHET- BARRA DO JUCU - ES

Oi, querida, como sempre, um conto muito bem escrito e descrito. Nunca li um conto tão “redondinho”.  Como um destino bem traçado do começo ao fim – não falta nada, não sobra nada. Seu estilo é claro, límpido. Gosto muito!

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JOSÉ EDUARDO OLIVEIRA – PATOS DE MINAS - MG

Muito lindo e comovente, não fosse o final, já presumia que seria trágico, mas não por um acidente de carro.  Me enganou. 

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LUCILENE BOGADO

Oi Jô querida! Amei o conto, apesar do final ser triste. .. . Curto tudo que escreve! Adoraria continuar recebendo suas produções!

Um grande abraço e saudades!

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ÍTALO CAMPOS – VITÓRIA - ES

A vida não é previsível e controlável.

Aproveitemos os bons momentos.

Um escorregão, um vento mais forte e puf, nossa 🔥 chama apaga.

Parabéns pelo conto que nos provoca o baque.

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JOSÉ FARIA NUNES – BRASÍLIA - DF

Gostei muito de seu conto. Parabéns!! Português corretíssimo e mensagem de vida espetacular!!! Solidão não faz ninguém feliz!!!... Abraços...

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ROGÉRIO FARIA TAVARES – BELO HORIZONTE - MG

Querida Jô,

Terminei agora a leitura de seu terno e delicado conto.

É linda a história de Soledade, embora o final, com a trágica morte (presumida) do desembargador Esquivo, seja de uma tristeza imensa 

Mas a vida é assim...

A felicidade é feita de momentos...

Obrigado pelo presente!

Com um abraço fraterno 

Rogério 

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ADRIANA (AQUARELISTA) – VITÓRIA - ES

Arrepiada aqui.. lindo conto, vc escreve com maestria, amo.

Somos todos Joões e Marias.... que precisaremos em algum momento reescrever nossa história. Dar sentido ao nosso caminhar e ter coragem de seguir em frente. Esta pandemia servirá para darmos valor ao que realmente importa... a amizade, o companheirismo, a solidariedade ...enfim...solidão não significa estar só, mas vazio, sem esperança. Amei!!!

Obrigada por me presentear com seus contos, com sua maneira clara e alegre de preencher nosso cotidiano.

👏🏼🙌🏼❤🥰🥰🥰😘😘😘

Obrigada por me presentear com sua forma única de contar um conto. Adoro!! 🥰😘

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BETH CORREIA – BELO HORIZONTE - MG

Parabéns, Jô!

Muito bom, o seu conto!

Me faz lembrar o romance A Elegância do Ouriço.

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FRANCISCO CARNEIRO DA CUNHA

Para escaparem à morte da covid-19 que como diária ameaça a todos ronda no Brasil e alhures, Maria de Soledade e Ivo Abrantes destinados a uma comunhão sem os ardores da paixão que suas idades e semelhantes temperamentos não mais permitem, senão a um encontro amoroso pacífico que certamente os livraria de sua solidão então compartilhada, eles acabam topando com a derradeira que rouba Ivo de Maria mediante um desastre de carro banal em nosso país, em oposição ao destino cruel da pandemia, deixando-a mais solitária do que nunca quando no ocaso de sua vida tudo de bom lhe parecia mais do que possível, inevitável.

Desconheço teus outros contos, mas este a meu ver se pauta por uma ironia propriamente feroz...Concorda?

Grande abraço,

Francisco

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LUIS ANDRÉ NEPOMUCENO – PATOS DE MINAS – MG

Muito interessante o conto. Desfecho trágico, impactante e inesperado. Difícil pensar em desfechos diferentes nessa época em que o ser humano se sente inteiramente aprisionado a seus medos e ansiedades. A leitura é fluente e capaz de prender o leitor. Imaginei todos os tipos de continuidade, menos a que você pensou. Muito obrigado por compartilhar.

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SAMUEL MALHEIROS – VITÓRIA - ES

Jô, descrição de realismo contundente a que você acaba de fazer a respeito da densa atmosfera de solidão em que nos envolveu esse vírus devastador. Você mostra, porém, que o encontro de duas sensibilidades pode acender uma luzinha a indicar a possibilidade de superação da solidão. Infelizmente a fatalidade veio e apagou a luzinha.

 

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RAFAEL VALADÃO – BELO HORIZONTE - MG

Oi Tia Jô! Obrigado por compartilhar! História muito legal e bem contada...leitura tão envolvente que, qdo chegamos no final, dá um aperto no coração ao saber que banco não voltará a ser ocupado pelo companheiro...

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PEDRO NUNES – VITÓRIA - ES

Jô, querida, obrigado. Uma bela narrativa que nos integra nela, não só pela idade, mas por causa desse isolamento obrigatório. Há mais de ano não vejo direito minha filha. Esperava um destino melhor para Soledade e Yvo, mas é o conto, é a vida. Obrigado pela oportunidade de ler seu conto.

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SUMAN GAETNER – VILA VELHA - ES

Triste e sem final feliz. Parece um bom alerta para continuar em "soledade", mesmo que o destino o tivesse jogado na frente de um carro e não em asfixia lenta no hospital. Ele teve sorte e o final do pior, foi o melhor. Ou não?

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NILDA NUNES – PATOS DE M INAS - MG

A acabei de apreciar seu texto. Gostei do seu estilo. Detalhes importantes colocados com primor e arte. Foi um momento agradável que passei envolta na leitura. Se eu pudesse, mudaria o final. D Maria feliz com uma rotina pra lá de feliz.

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LEA FURTADO – VITÓRIA - ES

Adorei, mas gostaria de um final feliz; o de poder curtir alguém com quem ela poderia dividir suas experiências de vida.

Obrigada!

" A vida como ela é "....

👍👏👏👏😍

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NEUSA SERRANO – RIBEIRÃO DO CRISTO - ES

Li o conto "Solidão Compartilhada" e fiquei triste com o final. Estava feliz por Soledade ter encontrado uma companhia para alegrar seu isolamento. Mas sabemos que essa pandemia está sendo muito cruel. Inesperadamente, tem levado pessoas queridas, familiares, amigos, conhecidos. Soledade se viu só novamente. 😔

 

MARIA JOSÉ NUNES – PATOS DE MINAS - MG

Jô, é  bom demais ler o que escreve. Sua linguagem de fácil compreensão. Parabéns  pela artista que vc é. Um abraço

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MARILDA DIAS – PATOS DE MINAS - MG

O conto é lindo, mas não poderia ter um final feliz? Eu fiquei empolgada com o texto e esperava pelo que aconteceria ao final, pois os dois estavam dando um novo rumo em suas vidas solitárias. Mas, gostei muito. Parabéns. Um abraço virtual.

 

 

 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

A FORÇA DA ONOMÁSTICA

Segundo uma crendice de longa data, a nominação do espírito do Mal deve ser evitada para não atrair sua presença. Isso explica a extensa sinonímia existente em torno do demônio, na cultura popular. No livro Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, há cerca de uma centena de eufemismos de origem supersticiosa, referente ao demônio. Vejamos alguma delas: o Austero; o Severo-mor; o Morcegão; o Dos-fins; o Sempre-sério;   o Pau-da-mentira; o Pai-do-Mal; o Tendeiro; o Que-não-ri; o Cujo; o Cão; o Capeta; o Capiroto; o Cramulhão; o Arrenegado; o Maligno; o Tinhoso, o Bode-preto; o Das-trevas; o De-preto... e por aí vai.

Minha mãe, nascida e criada no sertão de Minas, aparentada a tal escritor, descendente também dos Guimarães, assim como Rosa, acreditava nessa crendice.

Ela tinha pavor de certa doença maligna, da qual nunca mencionava o nome. Sempre dizia: “aquela doença”. Rezava todas as noites, pedindo ao bom Deus que ninguém de sua família a contraísse. Ao final de sua vida, já no CTI, com diagnóstico de falência múltipla de órgãos, chamou o médico responsável e lhe disse: –  Doutor, seja franco. Diga-me a verdade. Eu tenho “aquela doença? – E ele respondeu:  – Fique tranquila, dona Tunica. A senhora tem tudo, menos aquela doença. – Ah! Que bom! –  Respirou aliviada. Naquele mesmo dia ela partiu para uma viagem sem volta, feliz da vida por não estar com câncer.

Engana-se quem pensa que tal crendice só acontece nos rincões do país e nas classes mais populares. Há poucos dias, em conversa com um grande intelectual capixaba, percebi que ele nunca citava os nomes dos desafetos. Sempre se referia a eles lançando mão de epítetos caricaturais, de modo que eu percebia perfeitamente de quem se tratava. A crendice sertaneja não ficaria bem em uma pessoa de grande projeção social e de “suma doutoração”, como diria Guimarães Rosa. Não contive a curiosidade. Perguntei-lhe por que nunca mencionava os nomes daquelas pessoas. Usou a mesma argumentação sertaneja: – Para não atrair o Mal (aqui representado por pessoas indesejáveis).

Deixemos de lado os sertanejos de ontem, os citadinos de hoje e passemos à Grécia antiga. Um dos diálogos de Platão, intitulado Crátilo, aborda a questão da justeza dos nomes. Nessa obra, Sócrates é inquirido por Crátilo e Hermógenes. Eles questionam se os nomes das pessoas e das coisas são “convencionais” (um sistema de símbolos arbitrários) ou “naturais” (relação intrínseca dos nomes com o que é nominado). Em outras palavras, Crátilo e Hermógenes discutem se o os nomes guardam relação com a coisa representada. Segundo Platão, em alguns casos os nomes refletem a natureza das coisas; em outros, trata-se apenas de uma convenção. A seu ver, a coordenação entre os elementos da linguagem e a essência das coisas não pode ser alcançada, mas apenas idealizada como uma possibilidade.

Mal sabia minha avó paterna, sertaneja de pouca instrução, que, quatrocentos anos antes de Cristo, alguns filósofos discutiam os mesmos questionamentos que a afligiam. A seu ver, cada pessoa já nascia com um nome predestinado. A cada neto que nascia ela tentava impingir um nome. Na maioria das vezes era contrariada pelos pais das crianças.

Quando nasci, ela procurou minha mãe, com a ladainha de sempre: “cada criança já nasce com um nome”. No entanto frisou que seria inútil dizer o nome a mim destinado. Ninguém lhe dava ouvidos.

Minha família tinha por hábito, por devoção ou por falta de imaginação colocar sempre no recém-nascido o nome do santo do dia. Não sei se o calendário dos santos se encontrava em algum almanaque ou na tradicional “Folhinha Mariana”. Nasci no dia de Nossa Senhora do Carmo. Portanto meu nome deveria ser Maria do Carmo.

–  Essa criança nasceu para ter o nome do avô: Josino – afirmou minha avó categoricamente. Como, no meu caso, se tratava de uma menina, trocou-se o “o” pela “a”. Surpreendentemente, minha mãe fez uma concessão, para agradar à sogra.

Nunca gostei dessa escolha, mas tampouco gostaria de me chamar Maria “de alguma coisa” ou Maria “de algum lugar”. A criança não pode escolher seu próprio nome, mas o adulto pode adotar o pseudônimo que lhe aprouver. Por isso, nem Josina, nem Maria: simplesmente Jô, com mucho gusto.

Há um ensaio-crítico de Ana Maria Machado, ex presidente da Academia Brasileira de Letras, intitulado “O recado do nome” sobre a antroponímia roseana na obra Grande sertão:veredas. Entre outros, ela demonstra, por exemplo, o espírito bélico de Zé Bebelo, que vivia para o prazer de guerrear; demonstra também a ambiguidade de Diadorim (di=dois), conotando a dubiedade de um personagem enigmático, nebuloso, indefinível... que é, ao mesmo tempo, anjo e demônio; donzela e jagunço. A terminação “im”, muito comum no sertão de Minas, acentua a indefinição sexual do personagem, cuja beleza andrógena provoca certo fascínio. Para o protagonista, Riobaldo, o autor reservou o que se chama de polinomásia, ou seja, multiplicidade de nomes. Ele não tem nome fixo. Seu apelativo varia de acordo com cada etapa de sua vida. Na juventude, dá aulas a um fazendeiro e é, portanto, conhecido como professor. Ao se tornar jagunço, passou a ser chamado de Cerzidor, graças à rapidez do tiro. Mais tarde, considerando-se sua destreza no manejo de armas de fogo, passou a chamar-se Tatarana (lagarta de fogo). Ao se tornar chefe do bando, foi batizado de Urutu-branco (cobra-voadora), devido à valentia e à capacidade de liderança.

No conto “Desenredo”, do mesmo autor, há uma personagem que tem três  nomes: Livíria, Rivília e Irvília. Trata-se de uma mulher que “pisa em três estribos”: tem um marido e dois amantes. Um dia o marido dá um flagrante, mata um deles e posteriormente morre de tifo. O terceiro resolve se casar com ela. Acontece o mesmo com ele. Pisava ela num quarto estribo. Ganhou um quarto nome: Vilíria. Diferentemente de Riobaldo, sua mudança de nome é quase imperceptível. Ela se dá sub-repticiamente, em sintonia com a personalidade volúvel da nomeada.

Na Literatura, uma infinidade de nomes próprios sugere o caráter dos personagens.  Às vezes o próprio título da obra leva o nome do protagonista e traça seu perfil psicológico, como em Cândido, de Voltaire, em Inocência, de Visconde de Taunay... Poderíamos citar uma infinidade de exemplos, mas toda crônica carece de ponto final. Le voilà.

Jô Drumond

18 de janeiro de 2021

domingo, 20 de dezembro de 2020

SIMBOLOGIA TRIÁDICA

 


 (As Três Graças, de Botticelli)

A última crônica, postada neste blog no dia seis de dezembro, intitulada “Natal 2020”, referente à charge sobre os Reis Magos, suscitou a seguinte questão: Por que três reis? Por que não 2 ou 4? Isso me levou a refletir sobre a incidência do número três na mitologia religiosa, na literatura infantil, nos ditos populares...

Comecei a fazer mentalmente um levantamento da recorrência dele no cristianismo: Santíssima Trindade;1 Ressurreição de Cristo (no terceiro dia); o três é o número das moradas do Além, na mitologia católica (céu, inferno e purgatório); as três cruzes no Calvário; as três virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade); o apóstolo Pedro renegou Jesus três vezes no jardim das Oliveiras... Quanto às Três Marias alinhadas no céu estrelado, cada cultura lhes dá um diferente significado. Na tradição cristã, podem estar associadas tanto às três mulheres que visitaram o túmulo de Jesus, na ressurreição, quanto aos Reis Magos, a caminho de Belém.

Em nosso imaginário, o “três” é sedimentado desde tenra idade, por meio de historinhas infantis. É intrigante a incidência dele nos Contos de Fadas: Os três porquinhos tentam escapar do lobo; Chapeuzinho Vermelho faz três perguntas ao lobo que queria devorá-la; o gênio da lâmpada de Aladim permite-lhe satisfazer três desejos; a bruxa faz três tentativas para matar Branca de Neve; os mosqueteiros (um por todos; todos por um) eram também em número de três.

Além das historinhas, nossos ouvidos infantis foram habituados a ouvir certos provérbios concernentes ao número três: "Um é pouco, dois é bom, três é demais"; "Três vezes na cadeia é sinal de forca"; "O hóspede e o peixe aos três dias aborrecem"; "Fortuna de lobo três dias dura"; "Três coisas mudam o homem: Vinho, estudo e mulher"; "Quem vai à festa três dias não presta." ... pode-se encontrar um extenso rol de ditos desse tipo.

Simples coincidência ou não?  Tal incidência na religião, na literatura infantil e nos ditos populares incitou minha curiosidade e levou-me a uma pequena incursão pelas trilhas dessa simbologia triádica.

Sabe-se que as pirâmides do Egito eram projetadas a partir de uma base triangular. Tais construções com o vértice para o alto podiam simbolizar a ascensão e a conexão com o divino.

Três eram as classes básicas da sociedade – clero, nobreza e povo; três é também o número chave da democracia. Para se tomar uma decisão em grupo, são necessárias, no mínimo, três pessoas. Nesse regime, há os três poderes (executivo legislativo e judiciário).

Existe um código mundial de três elementos, para pedido de socorro. Basta fazer, por exemplo, três fogueiras no deserto ou em qualquer lugar para que o SOS (3 letras) seja captado.

Antigamente, na Índia, na Grécia e em Roma, o “três” representava o órgão genital feminino. Havia também uma ligação da figura da mulher com esse número. Simbolicamente, a trindade feminina podia representar manhã, tarde e noite, assim como nascer, amadurecer e morrer.

Na cabala, o número três faz referência à comunicação, à criatividade, à expansão e à expressão. Ele representa o movimento de sociabilização.

Para o filósofo e matemático Pitágoras, ele representa a perfeição, pelo fato de ser a soma do um, que significa unidade, e do dois, que significa diversidade.

As três graças, filhas de Zeus, na mitologia grega, lindamente pintadas por Botticelli, eram cultuadas como deusas do encantamento, da beleza, da natureza e da fertilidade.

 O triângulo equilátero, simples figura geométrica de três lados, além de simbolizar a perfeição e a unidade, tem uma enorme gama de significados, tais como início, meio e fim; corpo, alma e espírito; homem, mulher e criança, entre outras. No cristianismo, tal figura, acrescida de um olho em seu interior, simboliza o “olho de Deus”, aquele que tudo vê. Lembro-me de que, na infância, isso me apavorava.  Além de estar em todas as partes, já que Ele era onipresente, tinha também ciência de tudo: era onisciente. Sabia até mesmo o que se passava em nossos pensamentos. Eu me sentia espionada o tempo todo, como se estivesse participando do “big brother”. 

       (O olho que tudo vê)

Minha mãe era quituteira de mão cheia. Em uma das prateleiras da despensa da fazenda onde morávamos, havia grandes latas enfileiradas, contendo apetitosas guloseimas. Em cada uma delas, uma especialidade: Chimanguinhos, pães de queijo, cascudos, biscoitos de goma, broas, bolos, roscas, cajuzinhos, bolinhas de queijo cristalizadas... Essas delícias eram reservadas para a merenda, servida entre o almoço e o jantar. Minha voracidade infantil muitas vezes sofria com a longa espera. Eu entrava sorrateiramente na despensa para afanar alguma gulodice, mas me lembrava do “olho de Deus” vigiando meus passos. Saía de lá como havia entrado: com fome. Desolada, assentava em uma banqueta próxima à despensa, aguardava a lerdeza do passar do tempo e aguentava o clamor do estômago.

O triângulo se faz presente em diferentes circunstâncias e em diversas culturas. Sabe-se que cada um dos elementos da natureza é representado por um triângulo equilátero:

FOGO (vértice para cima)

AR, (vértice para cima, cortado horizontalmente)

ÁGUA (vértice para baixo)

TERRA (vértice para baixo, cortado horizontalmente)

 

Ele é também um símbolo significativo para a Maçonaria. O tridente, objeto de três pontas, considerado símbolo solar e mágico de poder e de força foi muito utilizado por gladiadores na Antiguidade. A Igreja católica distorceu sua simbologia, colocando-o na mão de Lúcifer, como arma do mal, do satanismo.


 

(Psi)

O tridente está também presente no símbolo da Psicologia representado pela vigésima terceira letra do alfabeto grego denominada “Psi”. Na concepção de Freud (1856-1939), o significado do tridente remete a forças do inconsciente, que representam a tríade: id (inconsciente), ego (pré-consciente) e superego (consciente). Há quem diga que as pontas do tridente representam as três principais teorias da psicologia: comportamentalismo, humanismo e psicanálise, assim como as três pulsões humanas: sexualidade, autoconservação e espiritualidade.

Para o filósofo alemão Ernst Cassirer (1874-1945), o ser humano é, antes de tudo, um animal simbólico. Em vez de perceber o mundo por meio dos instintos, como os outros animais, sua percepção da realidade (linguagem, mito, religião e ciência) acontece por meio de um universo simbólico, criado por ele mesmo.

Como se vê, a charge dos Reis Magos rendeu “pano pra manga” e renderá muito mais aos pesquisadores que porventura enveredarem pelas sendas dessa tríade numérica. Deixamos aqui registradas apenas algumas curiosidades dessa extensa simbologia que certamente perdurará per omnia saecula saeculorum nas diversas culturas.

 

NOTAS

 

1 - SANTÍSSIMAS TRINDADES:

A Santíssima Trindade para os cristãos (Pai, Filho e Espírito Santo)

A Trindade hindu: Brahma, Vishnu e Shiva.

A Trindade egípcia: Ísis, Osíris e Hórus.

As Trindades greco-romanas: Júpiter e Netuno, Plutão e Zeus, Poseidon e Hades, respectivamente.

 

2 - O OLHO DE DEUS

No cristianismo, o olho que tudo vê ou o “Olho da Providência” ou “Olho de Hórus” tem sido usado como símbolo desde cerca do século 16. O olho, dentro de um triângulo, é cercado por raios de luz. Trata-se do olho do criador cuidando de sua criação.

O olho de Hórus era um dos amuletos mais importantes no Egito Antigo, usado como representação de força, vigor, segurança e saúde. Hórus era o Deus egípcio do sol nascente.

 

                                                                        Jô Drumond   /  Dezembro 2020