sábado, 24 de abril de 2021

(IN)FIDELIDADE CONJUGAL


Certo dia, assisti a uma emissão televisiva sobre usos e costumes de algumas tribos indígenas brasileiras. Uma delas, cujo nome me escapa, despertou minha atenção. A tribo é composta por uma grande família, sem o tradicional núcleo familiar composto por pai, mãe e filho. Não há relacionamento conjugal. Ninguém é de ninguém. Todos são livres para fazer amor com quem lhes aprouver. Destarte, as mães nunca sabem quais são os pais de seus filhos. Todos os homens da tribo se consideram pais de todas as crianças e as tratam como tais. Nesse tipo de comunidade os mais idosos tratam com respeito e carinho os mais jovens, possivelmente seus filhos ou netos de sangue. Por outro lado, os jovens respeitam os mais velhos como se fossem seus pais ou avós.  A aldeia é de todos, assim como os frutos oriundos da terra. Não há disputa por propriedades, nem pelo objeto do desejo. Tudo isso engendra uma vida simples e harmoniosa, sem rivalidades e, provavelmente, sem animosidades.

Isso nos remete, evidentemente, à antiga instituição do casamento, cujos objetivos iniciais eram a sucessão de propriedade e a proteção da linhagem de sangue.  

A união entre homem e mulher, reconhecida pela sociedade, sempre existiu, mas ao longo dos séculos ela foi tomando diferentes formas, segundo a evolução sociocultural no tempo e no espaço. Ao longo da história, o casamento funcionou como eixo da estabilidade social. O amor entre os cônjuges não era levado em conta. A união conjugal era celebrada em detrimento da vontade da noiva e de seu consentimento. Durante a Idade Média, a importância do amor no casamento era quase nula. A mulher era negociada pelos pais com o objetivo de fazer alianças políticas ou de aumentar o latifúndio. Seu dever era a procriação de herdeiros, as lides domésticas e o bem-estar do marido.

Houve época em que, para garantir a sucessão de latifúndios somente a filhos legítimos, os homens chegavam a colocar cinto de castidade nas esposas, quando partiam em viagem. Prova da importância do fator econômico no casamento foi o celibato clerical, que se tornou obrigatório a partir de 1537 para evitar disputas dos bens da Igreja por parte de herdeiros dos padres.

Sabe-se que o casamento foi instituído pela Igreja Católica como sacramento a partir do Concílio de Florença, em 1439, no papado de Eugênio IV. A partir de então o casamento tornou-se indissolúvel, para evitar a manipulação de interesses econômicos. A infidelidade tornou-se pecado. Concubinato e poligamia foram proscritos. O casamento consanguíneo de parentes até o sétimo grau foi proibido. A relação sexual dentro do casamento, a única permitida pela Igreja, não podia visar ao prazer; apenas à procriação. O gozo entre marido e mulher enfraqueceria o amor a Deus. Tornou-se tão pecaminoso quanto o adultério. Para garantir o sexo sem pecado dentro do casamento, foi difundida a crendice de que o gozo amoroso poderia gerar crianças com doenças e enfraquecer a descendência.

Com a revolução industrial e o capitalismo, no século XVIII, floresceu o “casamento por amor” que portava em seu bojo a liberdade de escolha, o afeto mútuo e o prazer sexual. Começou então a libertação da mulher. Ela deixou de ser propriedade privada, na medida em que foi aceita no mercado de trabalho. No século XX, a profissionalização da mulher, os métodos anticoncepcionais e a liberação do divórcio afastaram a influência familiar e religiosa do relacionamento amoroso, dando-lhe uma conotação sexual.

Um aspecto negativo, que vem de longa data, é que o pacto de fidelidade mútua dentro do casamento acaba gerando sentimento de posse nos cônjuges. Nos dias de hoje veem-se crimes hediondos cometidos em nome da honra, provocados por ciúmes de um deles. O crime é cometido muito mais frequentemente pelo cônjuge varão, que se considera proprietário do corpo da esposa. Muitas vezes ele não aceita a ideia de que ela possa se relacionar com outro homem, mesmo estando oficialmente separada, e comete o feminicídio, termo muito em voga atualmente, ou uxoricídio (assassinato da própria da esposa), termo menos usual.

Considerando os parâmetros atuais de nossa sociedade, é impossível voltar aos moldes de uma sociedade tribal, primitiva e simplista, porém funcional.

Não se pode comparar a complexidade da “aldeia global” da era virtual com a aldeia indígena. Convenhamos que são realidades totalmente distintas, cada uma com suas especificidades. Se o pacto nupcial de fidelidade fosse eliminado da aldeia global, possivelmente esse tipo de crime deixaria de existir. Outro aspecto positivo seria a diminuição do índice de violência se todos respeitassem o próximo como se fosse um familiar (avô, pai, tio, irmão, primo...). caso não houvesse propriedade privada, como na aldeia indígena, possivelmente haveria mais harmonia.

Existe modelo ideal de sociedade? O que estaria certo? O que estaria errado? Em cada cultura, as arestas sociais vão se moldando diferentemente no tempo e no espaço. O importante é haver concordia discors, ou seja, equilíbrio e harmonia entre os elementos dissonantes ou heterogêneos.

Jô Drumond


RETORNO DOS LEITORES 



Karina,  Austria


Adorei o texto, Jô! 🌹


Ficaram na minha cabeça as seguintes ideias: todos são de todos/ tudo é de todos. Seria tão mais lógico! 


Qdo todos são de todos (e nem estou considerando a bi-poligamia), espera-se que haja um cuidado, um amor, um respeito mútuo, coletivo que, infelizmente, não conhecemos e que, salvo engano, não queremos conhecer. 


Se tudo fosse de todos, não haveria garimpeiro invadindo terra indígena, pois não haveria a necessidade do garimpo, não haveria demarcação de território, não haveria destruição da natureza.


Seríamos todos pela vida, seríamos todos pindorama! 


 

MARIA DA PENHA FRANZOTTI  DONADELLO  – MATHILDE - ES

Ei Jô! Bela crônica. Interessante seu comentário sobre a dura  realidade dos relacionamentos conjugais de nossa "aldeia global", comparada  à  sabedoria dos relacionamentos da cultura indígena,  enriquecidas com acontecimentos marcantes da história da civilização. Excelente!

 

JOSÉ HUMBERTO FAGUNDES - PRETÓRIA -ÁFRICA DO SUL

Um tema pra lá de (in) fiel, diria. Não ouso tentar decifrar os meandros do amor. Fidelidade ou seu oposto podem ser faces de uma mesma moeda. Sentimentos são incontroláveis. Códigos morais norteiam o maniqueísmo, certo e  errado. O que a sociedade convenciona tem a régua da homogeneidade. E que régua é essa considerando o quão diferentes somos? Desculpe essas divagações a propósito de seu texto, muito bem articulado, por sinal, e que despertou o que acaba sendo mais importante: a (in) fidelidade a mim mesmo. Viva o amor, o resto...

 

FRANCISCO BRANT – BELO HORIZONTE – MG

Muito legal, Jô! Certamente, muito ainda vai mudar na instituição do casamento. Ontem mesmo, comecei a assistir ao filme  "Sr. e Sra. Smith" - se não me engano. O filme mostra o casal representado por Angelina Jolie e Brad Pitti, que começa apaixonado e termina com uma luta feroz entre os dois, cada um a serviço secreto de uma terrível organização criminosa que disputava altos interesses com a outra. O filme é meio chato, mas, a meu ver, é uma metáfora do casamento moderno.

Muito obrigado e abraço!

 

MARIA INEZ NASCIMENTO – LAGOA SANTA - MG 

Oi Jô,  muito boa sua análise do casamento / (in)fidelidade através dos tempos. Penso que uma sociedade como a dos índios, que você citou, só poderia dar certo em pequenas comunidades. Acaba sendo uma utopia. Abraços

 

RITA SOUZA SOARES  - VITÓRIA - ES

Gostei Jô. Estou mais para aldeia indígena do que para aldeia global.

Claro que hoje, com os grandes patrimônios, seria muito difícil. Mas algumas regrinhas do relacionamento da aldeia indígena poderiam ser incorporadas na aldeia global.

 

SIMONE ROCHA – LIMEIRA - SP

O importante em qualquer relacionamento é conhecer seus limites e os do companheiro. O amor deveria ser o combustível principal da relação. Outro detalhe é respeitar os familiares e amigos de ambos.

Outro dia, conversando com uma amiga, concluímos que no relacionamento conjugal é como se o casal estivesse algemado. Quando um tem seus próprios objetivos, sem os compartilhar com o outro, é como se a carga ficasse pesada, como se um estivesse puxando o outro. Saber conduzir este tipo de relacionamento exige sabedoria de vida. Acredito que minha avó, minha mãe e todas as mulheres que mantiveram seus casamentos por longo período, tiveram que suportar muitas limitações. Hoje, é um pouco diferente. É confortante ter um ao outro para dividir a criação dos filhos, as contas do mês, os momentos de tristeza e os de alegria, para poder chorar juntos e se divertir também. Sou contra o sexo livre por motivo de saúde e higiene. Muitas doenças são transmitidas, na promiscuidade. Enfim, sou a favor de uma boa escolha e “bora ser feliz”!

 

SÔNIA -  BARRAS - PIAUÍ

Texto maravilhoso, humanidade difícil, instituições perversas...e  a vida segue!

 

ESTER ABREU – VITÓRIA - ES

Sim, deve haver concórdia discors, mas também viver a ética de seu tempo.

 

REGINA MENEZES – VITÓRIA - ES

Acabo de ler seu trabalho. Parabéns. 

Bem escrito, rico em citações.

Aguça curiosidades....

Faz emergir lembranças ainda recentes desta última metade de século. 

Fortes lembranças de mulheres avós prisioneiras de tabus e discriminações...

Você pergunta ao final:

“Existe modelo ideal de sociedade? O que estaria certo? O que estaria errado? Em cada cultura, as arestas sociais vão se moldando diferentemente no tempo e no espaço. O importante é haver concordia discors, ou seja, equilíbrio e harmonia entre os elementos dissonantes ou heterogêneos”. 

Um modelo ideal de família seria o das que têm presente entre si o justo e o acertado entre seus pares?

Tudo que for acertado pelas partes envolvidas seria exemplo de Concórdia a vista de outrem?

A sociedade e a Igreja traçam regras mas sou livre para viver em paz se não aceitar e absorver estas normas?

Concluo por ora...

Havendo equilíbrio e concordância intramuros serei respeitada por todos?

Desculpe por me alongar. 

Seu texto é instigante.

 

PEDRO PEDROSA – VITÓRIA - ES

Belíssimo texto!

Bem estruturado e de rica informação!

Parabéns pelo trabalho.

 

JOSÉ CARLOS MATTEDI – VITÓRIA - ES

Interessante artigo e uma aula de história sobre as relações conjugais. Só o tempo p melhorar as relações humanas, q passam pelo respeito ao próximo. 

Abraço

 

LOLA BELGA – VITÓRIA - ES

Esse é um assunto bem complicado, tendo em vista a cultura de cada país.

Difícil até de comentar. A família tradicional está cada vez mais enfraquecida.

 

VÂNIA VIDA – BELO HORIZONTE - MG

Amei! Bem interessantes sua pesquisa e ponderações!

 

LUÍS SOARES – VITÓRIA - ES

Interessante... não sabia da característica de relacionamento conjugal desta tribo.

Assunto para reflexão.

👍🏼🤩🤩

 

JAÇANAN – VITÓRIA - ES

Você  abordou muito bem a evolução  do casamento  através  dos tempos. Ótima  pesquisa. Um abraço.

 

MARIA JOSÉ PEDRUZZI – VILA VELHA - ES

Parabéns,  mais uma vez. 👏👏👏 Assunto muito complexo.  Realmente, equilíbrio e harmonia são fatores essenciais.

 

MARIA LÚCIA TEIXEIRA DE SOUZA – VITÓRIA - ES

Obrigada por me enviar sempre suas crônicas. Gosto muito do seu estilo leve e gostoso de ler. Um grande abraço. 🌹

 

 

CIBELE DE GUENIN  RABELLO AMARAL– PARIS / RIO

Que maravilha querida Jô Drumond, ler e reler seus contos. Merci, ma chère amie et, j’ espère, à bientôt.

 

MARIA JOSÉ NUNES – PATOS DE MINAS - MG

Como sempre, leio na hora que vc me envia.

Fico muito grata pela gentileza e pelo carinho.

Gosto de tudo que escreve. Vc usa as palavras, brincando. Com que facilidade elas saem fluindo de sua memória!

Use este dom que Deus te deu para nos proporcionar o prazer da leitura.

 

MARIETA  APARECIDA – BELO HORIZONTE - MG

Incrível como vc descreveu as relações humanas, independentemente do século em  que vivemos.

 

JÚLIA MARIA RIBEIRO DE CARVALHO – VITÓRIA - ES

Bom dia Jô.

Mais uma vez amei uma crônica sua que me enche de uma mistura de sentimentos positivos ao lê-la.

Fico aguardando o momento certo para o prazer dessas leituras.

Em suas crônicas os temas abordados e, por conseguinte desenvolvidos, são feitos de forma leve, sem deixar de lado o estudo do tema.

Amei toda a dinâmica de como foi feita essa abordagem.

Jô Drumond, agradeço a Deus, esse encontro que Ele me proporcionou.

A leitura de seus textos me faz bem.

Obrigada.

 

DENISE MORAES – VITÓRIA - ES

Jô, li todas as crônicas.  Sobre fidelidade conjugal, não sou adepta ao estilo de vida dessa Tribo.  Sobre o cinto de castidade, é um fator de humilhação para as mulheres.  Mesmo com o direito de se casar por amor e de escolher seu cônjuge, a mulher continuou a sofrer opressão.  Por fim, em pleno século XX, o homem tornou-se ainda mais machista e possessivo.  Resumindo, a mulher, no entender do homem, é de sua propriedade e escrava de sua autoridade.  Creio que o varão continua oprimindo e que a mulher só conseguiu aumentar a carga de trabalho, sem conquistar seus direitos, nem a liberdade de viver com dignidade.  As que conseguiram maior liberdade de ação tiveram que lutar muito, mesmo com as marcas das cicatrizes na alma.  No sentido positivo, vale lutar pela dignidade. 

segunda-feira, 5 de abril de 2021

RISO CONTIDO

Com o recrudescimento da pandemia, calou-se o riso. Após um ano de confinamento domiciliar, sinto falta de nosso Clube do Riso, que acontecia eventualmente nos fins de semana, na Mata Atlântica. Alguns sitiantes vizinhos confluíam para nosso sítio com a finalidade de, como se diz popularmente, “desopilar o fígado”, ou “rir a bandeiras desfraldadas”. Isso afastava, mesmo que momentaneamente, todo e qualquer tipo de preocupações, tensões e problemas. Eram bons momentos de alegria e de convivialidade. A condição para participar dos encontros era a de contar anedotas, piadas ou casos engraçados, reais ou fictícios.

A meu ver, as reuniões para rir são mais saudáveis que aquelas para se encharcar de bebida alcoólica, para falar da vida alheia, para ouvir latumias de hipocondríacos, discutir política ou assuntos profissionais.

Essa ideia não surgiu do nada. Durante cinco anos, graças a diversas leituras feitas sobre a teoria dos mecanismos do riso, para uma pesquisa acadêmica, acabei descobrindo diversas curiosidades culturais concernentes à derrisão. Vejamos algumas delas:

Entre os chineses, quando alguém é convidado a jantar em casa de amigos, é de bom tom levar consigo canções e histórias cômicas ou anedotas, para provocar o riso.   Na China, há a crendice de que a pessoa deve rir fragorosamente 12 vezes por dia, para atingir a sabedoria.

Na chegada da primavera, os esquimós se reúnem para contar casos. Segundo consta, tais relatos devem provocar boas gargalhadas. Acredita-se que eles riem para esquecer o frio e a grande solidão da noite polar. O ritual do riso nessa época do ano está seguramente vinculado aos rituais antigos concernentes à fecundação da terra.  Outro dado interessante é que o riso é usado entre eles para resolver conflitos pessoais dentro de suas comunidades, por meio de simulação de lutas cômicas. Serve também para incitar ao amor. Entre os esquimós, a expressão "rir juntos" significa "fazer amor".

Em regiões da Índia e da África, a hilaridade é signo de liberação e de sabedoria. Alguns povos contam anedotas ou farsas e selecionam na plateia, segundo a reação de cada um, os discípulos que merecem receber ensinamentos. Há espectadores que gargalham antes dos outros pelo fato de captarem mais rapidamente a comicidade da cena.

O riso é reconhecidamente contagiante. Muitas vezes ele é provocado pela gargalhada do vizinho e não pela cena. O contágio do riso coletivo é notório. Normalmente, uma pessoa sozinha lendo um livro ou vendo televisão não ri escandalosamente, nem aplaude calorosamente. 

Existem lendas referentes ao riso, como a da bela princesa que nunca ria. O rei teria oferecido sua mão àquele que a fizesse rir.

No Paquistão, acredita-se que há um tipo de veneno muito raro. Se alguém o ingerir está arriscado a morrer de rir.

Na primeira metade do século XVI, a escola de medicina de Montpellier, França, empenhava-se na virtude curativa do riso. Faziam-se estudos sobre a importância do "médico alegre" no tratamento das doenças e sobre o relacionamento entre médicos e pacientes.  Estudava-se a possibilidade de usar o riso para melhorar a qualidade de vida e de amenizar o sofrimento.

No Brasil, uma ONG chamada “Doutores do Riso”, formada por pessoas fantasiadas de palhaço, treinadas em oficinas de clowns, atua em hospitais, asilos, orfanatos e instituições afins, com essa mesma finalidade.

Dizem que os ocidentais riem menos que os orientais. Acredita-se que a cultura ocidental tende a privilegiar o hemisfério esquerdo do cérebro, responsável pela lógica e pela razão. Mas isso varia de país para país. Os povos de língua latina, por exemplo, são considerados mais alegres que os de língua anglo-saxônica ou germânica. Os europeus são unânimes em considerar o brasileiro um povo alegre e descontraído.

A exemplo disso, os restaurantes e bares franceses são silenciosos. Todos falam em voz baixa. Sabe-se que na França não é de bom tom falar em voz alta, em público. Não se ouvem falatórios ou gargalhadas em bares, em restaurantes, nem nos meios de transporte. Certa vez ouvi de um francês que, quando se vê um grupo falar alto e rir fragorosamente em um ambiente desse tipo, automaticamente os demais sussurram com ares de reprovação: sûrement, ce sont des brésiliens. (com certeza, são brasileiros)

Talvez a alegria latente do brasileiro seja a razão do sucesso de nosso Clube do Riso. Lamentamos sua desativação temporária, durante a pandemia. Se não houvesse o distanciamento social compulsório, esse tipo de encontro seria muito salutar nesse longo e tenebroso período de sofrimento, de tristeza, de luto e de choro, que estamos atravessando.  As estatísticas desse início de abril computam mais de 330.000 mortes no Brasil e quase três milhões em todo o mundo. Como a vacina tarda a chegar e como ainda não há remédio contra o vírus corona, continua valendo o ditado popular: “rir é o melhor remédio”.

Jô Drumond

04.04.2021


RETORNO DOS LEITORES 

 

M. AVANI B. ROYSTER - SÃO PAULO

Jô, por alguma razão não consigo fazer o comentário direto no blog, então faço para vc, aqui.  Parabéns, mais uma vez. Vc fez um ótimo expoente do que vivemos no momento. Vc, pessoalmente, teve razões imperiosas para derramar as lágrimas de março, abril, maio... mas deu a volta por cima e continua a compartilhar suas crônicas que expressam também os sentimentos de muitos nesses tempos tenebrosos de pandemia. Admiro sua coragem. Continue assim. Quem sabe conseguimos continuar a enganar a morte e voltar aos tempos de risos que estão ainda escondidos no futuro?

 

GILSON NUNES TEIXEIRA – UBERABA - MG

Nesses tempos difíceis, ainda que o número de mortes seja tão alto, sinto-me privilegiado por pertencer a esta nação que faz o riso contagiar. Nunca o riso fez tanta falta como agora. O riso continua essencial para a vida e lamento ser “o melhor remédio”.

 

TEREZINHA NUNES SILVEIRA – UBERLÂNDIA _ MG

Muito bem. Infelizmente nesse tempo de pandemia o riso está contido, enquanto a tristeza se expande.

Abração.

 

MARIA DA PENHA FRANZOTTI DONADELLO  – MATHILDE - ES

Adorei a crônica sobre o riso. Eu não sabia que, em certos países, as pessoas se reúnem para rir. Sempre pensei em reunir amigos em minha casa, para rirmos juntos, a partir de piadas. Achei genial. Depois, gostaria de conversar pessoalmente com você sobre isso.

Você tem essas crônicas em livro? Gostaria de tê-las em mãos. É melhor que ler na telinha do celular

 

JÚLIA MARIA RIBEIRO DE CARVALHO – VITÓRIA - ES

Jô, muito querida, mais uma vez você nos presenteia nessa fase de tanta dor, com um tema tão bem colocado, que a saudade e a espera por um riso solto se tornam mais leves.

Somando, meu lado cultural está ficando vaidoso.

 

REGINA MENEZES – VITÓRIA - ES

Rir, desopilar o fígado para chegar à sabedoria.

Sabe, amiga! Adorei o texto. Se fosse possível, poderia dizer que achei até melhor que os outros.

Sabe? Ri até, com as lembranças que tive. Acho mesmo que desopilei o fígado, como dizíamos em nossos encontros fraternos com familiares e amigos.

Sua escrita é agradável e o registro de suas lembranças é feito com maestria. O leitor se envolve no ritmo e na música de sua criatividade.

 

ÍTALO CAMPOS – VITÓRIA - ES

Rir é necessário. Freud tem reflexões sobre o assunto.

 

MARIA JOSÉ NUNES – PATOS DE MINAS - MG

Completando, o riso é o melhor remédio para não chorar.

Certa vez, fui com um dos filhos levar a neta para vacinar. A pobre Ana Clara com seus 5 anos, começou a chorar. Aí, eu comecei a fazer graça diante dela, macaquices. Então, ela começou a rir. Naquele momento a moça inseriu a vacina. Ela sentiu a picada e fez cara de choro. Forcei a risada, ela entrou na brincadeira e acabou a tensão.

 

MARIA DA CONSOLAÇÃO ROSA – PATOS DE MINAS - MG

Mais um artigo de grande relevância, que nos informa e faz rir! Parabéns! seu texto ficou ótimo! E como sempre, enquanto não chega ao final da leitura, a gente não consegue parar de ler! Muito obrigada por mais um artigo!!!

 

BEATRIZ NUNES – PATROCÍNIO - MG

Jô, a pandemia trouxe o medo. As pessoas estão se sentindo tolhidas de liberdade, mas sofrimento não é ter que ficar em casa; é lutar contra um inimigo invisível, possivelmente criado em laboratório chinês, um vírus que está levando embora tanta gente. Abs.

 

VANDA LUÍZA – VITÓRIA - ES

Ótimo texto, Jô! Lembra coisas antigas... confesso que estou sem jeito para rir, me sinto culpada em meio a tanta tristeza. Será que algum poderemos voltar ao normal?

 

MARIA LUCIA TEIXEIRA DE SOUZA - VITÓRIA - ES

Maravilhoso!!! Como sempre. Um grande abraço. 💕

 

MARIA DE LOURDES PEREIRA – BRASÍLIA - DF BSB

É...rir é  realmente o melhor remédio. Chorar de...RIR!

 

DENISE MORAES – VITÓRIA – ES

Jo, li as duas últimas crônicas, estava em falta com a penúltima.

Generalizando o sentido das temáticas, pensei em quem nunca deixo de lembrar, minha mãe.  Ela, apesar de ter apreço por seus bens materiais, não os valorizava quando se tratava em ser solidária com alguém necessitado, e sempre dizia que não se pode ignorar o próximo necessitado, mesmo que seja desconhecido.  Hoje entendo sua filosofia de vida.  Ela vivia em paz consigo mesma e com o coração leve.  Esse isolamento tem me feito lembrar o quanto é importante viver, ter liberdade e paz. 

Quanto aos franceses, minha prima que mora na França, diz que só pode ser “brazuca” (na linguagem dos familiares de seu marido). 

Lamento muito pelas perdas. 

Que Deus nos proteja.

 

JAÇANAN – VITÓRIA - ES

Interessante essa aldeia indígena com esse amor livre, não tinha ouvido falar nada sobre eles.