sexta-feira, 3 de julho de 2020

ARAPUCA ARMADA


Uma das maiores tresloucuras de meu amigo Carlos foi um casamento, às pressas, com certa moça que acabara de conhecer. Eram praticamente homônimos: Carlos e Carla. O fato é que, pouco antes de conhecê-la, ele havia perdido sua noiva Lívia, num acidente aéreo.

Logo após a viuvez pré-nupcial, foi convidado a trabalhar como engenheiro, no exterior, durante dois anos. A grande firma na qual trabalhava sugeriu-lhe uma estada na Noruega. Carlos não gostaria de ir sozinho, sobretudo a um país cujo idioma desconhecia. Estava indeciso em aceitar a oferta. Sentia-se desarvorado e solitário. Aonde quer que fosse, levaria consigo o luto e a tristeza da perda da amada.

 Certa noite, em conversa de botequim com uma bela loura que acabara de conhecer, soube que ela tinha muita vontade de conhecer a Noruega, terra de seus ancestrais. Mais que depressa, Carlos lhe propôs que partissem juntos. Ele teria, ao seu lado, uma bela mulher para lhe fazer companhia e afugentar a tristeza que o rondava noite e dia. Para sua surpresa, ela aceitou de bom grado. Disse que pediria licença não remunerada no trabalho. Desde então começaram a se ver com frequência, para os planos da longa viagem. Ele confirmou sua ida, junto à empresa. O entusiasmo foi crescendo a cada dia. Subitamente, surgiu um empecilho. A moça era oriunda de família tradicional e de moral ilibada. Sua solteirice não lhe permitia viajar acompanhada por alguém do sexo masculino. Ele não contava com isso. Queria apenas uma acompanhante, mas acabou cedendo. O tempo urgia. Mais que depressa, providenciou-se o enlace matrimonial. Carla adorava viagens internacionais e falava diversas línguas. Como se diz popularmente, foi como se tivessem “jogado um peixe dentro d’água”.

Findo o trabalho no exterior, voltaram ao Brasil e tiveram um filho de nome Raul. Após a licença maternidade, contrataram uma babá, filha de imigrantes alemães. A moça era de uma beleza estonteante. Esguia, longos cabelos com nuances de louro natural, olhos verdes, sorriso aberto, mais belo que os de publicidade de creme dental. Nos finais de semana, os dois iam à praia ou ao clube, juntamente com outros casais de amigos, levando consigo a bela babá, para correr atrás de Raulzinho, entre os veranistas. As esposas usavam maiôs ou biquínis bem comportados, enquanto a loura deslumbrante usava um minúsculo biquini fio dental. Corpo perfeito. Nenhum milímetro a mais, nem a menos. Protótipo da perfeição. Motivo de inveja das senhoras, que a olhavam de soslaio, com ares de contragosto, e motivo de cobiça de todos os maridos presentes, cujos olhares convergiam na mesma direção. Eles não se cansavam de sussurrar uns aos outros menções aos atributos daquela belezura. As esposas, enciumadas, alertavam Carla, ou melhor recriminavam-na por manter dentro de casa aquele “pedaço de mau caminho”. Segundo elas, ser-lhe-ia difícil manter o casamento. Carla sorria tranquilamente e dizia que aquilo não a preocupava absolutamente. As opiniões das demais a respeito de sua postura eram contraditórias. Dir-se-ia que ela acreditava piamente na fidelidade do marido, ou, então, que era uma ingênua panaca. 

Demonstrando total segurança de si e da situação, Carla passou a viajar frequentemente a trabalho, deixando o marido à mercê do natural fascínio despertado pela lindeza da jovem contratada, assediada discretamente no dia a dia e abertamente, na ausência da esposa. A babá fazia-se de difícil, mas esmerava-se nas artimanhas da sedução. Carlos, já cinquentão, em plena “fase do lobo”, sentia-se seguro de seu poder de sedução. Não lhe passou pela cabeça o motivo pelo qual uma linda jovem aceitaria a corte de um cinquentão careca, barrigudo, assalariado e casado. Nem rico era! “Esmola demais, o santo desconfia” diz o ditado popular. Mas Carlos não desconfiava. Durante uma das viagens de Carla, a jovem recebeu do patrão oferta de casa montada, mesa farta e vida ociosa, desde que se amasiassem. Mantendo seu sorriso angelical, ficou de pensar na proposta, deixando-o esperançoso. Com a chegada de Carla, armou-se o circo. A babá relatou-lhe o ocorrido, apimentando, com floreios enfáticos, a proposta indecorosa do marido infiel. Mais que depressa, Carla pediu o divórcio, não sem antes ameaçar contar o ocorrido a toda a família, aos amigos e aos colegas de trabalho. Carlos se sentiu desnorteado. Apesar de ser comum esse tipo de traição, em sociedade falocrata, ele não queria quem ninguém soubesse o motivo da separação, sobretudo sua família. Achava que tal deslize seria por demais desonroso para si. Abriria mão do que se fizesse necessário, para que o motivo da ruptura fosse resguardado.

No momento da partilha, ele não reivindicou seus direitos; simplesmente se deixou levar, arrasado. Se reclamasse, ela poderia abrir o bico. Melhor não arriscar. Sem condições morais de exigir o que quer que fosse, nada demandou. Carla, dona da situação, fez questão de ficar com os bens móveis e imóveis, com uma pensão alimentícia e com a guarda do filho. Deixou-o à beira do cais, de mãos vazias, a ver navios. Tanto no trabalho quanto nos bares da vida, questionado pelos amigos sobre o divórcio, ele fazia questão de aparentar total indiferença ao que lhe havia acontecido. Alegava que recomeçaria do zero, sem problemas: Outra moradia, outra mulher, outros filhos... vida nova!

O interessante é que, em momento algum, ele atinou para o fato de que a babá pudesse estar de conluio com a patroa. Carlos não tinha distanciamento crítico para conjecturas dessa sorte. A arapuca estava armada e, dentro dela, a excelsa loura, com meneios e astúcia. Isso explicava as constantes viagens da patroa. Ela lançava a isca e partia. A artimanha deu certo. O desinfeliz caiu na arapuca e pagou o pato.  Ele só soube da trama entre patroa e empregada, dez anos depois, por meio de uma colega de trabalho, cuja doméstica era prima e muito amiga da babá traiçoeira. Tarde demais para retaliações.

Jô Drumond  - Julho 2020


sexta-feira, 26 de junho de 2020

ESPERANÇA NA TERRA DA AFLIÇÃO

Durante meu confinamento covídico, nas montanhas capixabas, recebi de um jovem vizinho chamado Pedro Henrique Serrano Léllis (Pedrim Pescador), também sitiante na Mata Atlântica, um conto de sua autoria, intitulado Na terra da aflição morreu Esperança. Achei o título bastante instigante, sobretudo em época de pandemia. Como a morte anda solta, ceifando milhões de vidas mundo afora, esperamos todos que a esperança não morra. No conto, Esperança é o nome de um personagem que nasce na Terra do Aconchego e morre na Terra da Aflição. O texto é uma bela alegoria que proporciona prazerosa leitura.

Comecemos com uma breve resenha da fabulação: A história se passa há três mil anos, em um lugar inóspito, desértico, de grandes lonjuras. No entanto, entre montanhas, resguarda-se um verdadeiro oásis, chamado Terra do Aconchego, considerado divino e protegido pelos anjos. O solo é propício à agricultura, com fartura de frutas e cereais, assim como de flores, pássaros, e águas límpidas. Trata-se de um lugar tranquilo, pacífico e de clima ameno. À noite, fazem-se rodas para se tocar música e se contarem histórias.

Seus produtos são comercializados em um lugar totalmente oposto, chamado Terra da Aflição, de clima árido, onde reinam medo, tensão e toda sorte de violência. Esperança, um dos comerciantes mais prósperos de Aconchego, é escolhido pelo conselho comunitário para atuar como representante comercial na Terra da Aflição. Teria que se mudar com a família e abrir um mercado para comercializar os produtos da terra. Meio a contragosto, pai, mãe e dois filhos rapazes empreendem, durante muitos dias, uma árdua travessia do deserto, sobre o dorso de camelos e cavalos, correndo risco de ataques de malfeitores, de pilhagens, de tempestades de areia e de picadas de escorpiões. Chegando ao destino, procuram o conterrâneo Iraldo, que reside com a esposa e duas filhas, na Terra da Aflição. Por meio de contatos prévios, Iraldo já havia conseguido morada para a família imigrante, em frente à sua. A partir de então, começam as peripécias da família em local totalmente díspar daquele a que estava habituada, convivendo com pessoas competitivas, ásperas, sanguinárias, cujo comportamento é, muitas vezes, assustador. No texto em questão, duas particularidades atraem a atenção do leitor: a onomástica e a polarização.

ONOMÁSTICA

Comecemos, portanto, com duas vertentes onomásticas: a toponímia e a antroponímia. Os topônimos indicam o que se pode encontrar pela frente, naquela comunidade. O movimentado e confuso centro comercial da Terra da Aflição se chama Balbúrdia.
Nessa terra sem lei, há grupos de criminosos e de justiceiros, conhecidos como Cavaleiros da Ordem do Massacre. Trata-se de homens armados e encapuzados que estupram, torturam, matam e estripam como bem lhes apraz. Os mortos são jogados no Vale dos Ossos Secos, e seus corpos servem de alimento às aves de rapina.

A única parte alta da cidade se encontra sobre uma rocha, a beira-mar, chamada Alto da Penha da Morte. É um local dedicado à divindade local, de onde se jogam oferendas e até mesmo corpos humanos, em sacrifício. Há também devotos que se jogam do Alto da Penha, por motivos diversos.

Beira do Precipício é um local miserável, uma espécie de subúrbio, de pobreza absoluta. Há também bolsões de pobreza, na periferia, em contraposição ao luxo e à magnificência do Alto da Penha.  
Maior ênfase é dada pelo autor à antroponímia. Cada nome próprio já caracteriza de antemão o perfil do personagem: a família de Aconchego era composta de Esperança (pai) Doçura (mãe) Força e Coragem (filhos do sexo masculino). A família anfitriã, em Aflição, era composta de Iraldo (pai – “irado”), Maustratos (mãe) e duas filhas: Covardia Fraqueza. Os nomes próprios falam por si.
No final da história, ao voltar para Aconchego, após a morte do marido e dos filhos, Doçura, que amargara bastante naquela terra, é recebida pelas amigas Saudade Perseverança. Fica hospedada temporariamente, na casa de Consolo, até conseguir nova morada. O Deus de Aconchego se chama Deus Eterno; o de Aflição, Deus Carrasco.

DIVINDADES

Doçura recorre ao Deus Eterno em busca de alegria, energia, força, coragem e principalmente a esperança de melhores tempos. Sua vizinha, Maustratos, recorre ao Deus Carrasco em busca de dinheiro, fama e poder. 
Todas as casas em Aconchego têm um pequeno santuário dedicado ao Deus Eterno. Doçura mantém essa tradição, na Terra da Aflição. Diariamente ela se posta diante do santuário, rogando a intercessão do Todo Poderoso para o bem-estar de sua família. 

O autor faz uma espécie de apologia ao Deus Eterno, como sendo único, verdadeiro, inigualável, onipotente, onisciente ... Pela lógica, o Todo Poderoso deveria proteger a família da devota Doçura. Todavia, isso não acontece. Seu marido morre em um naufrágio, e seus dois filhos são brutalmente assassinados. Há certa incongruência entre o que é apregoado no texto e o desfecho da fabulação. Protegida por seu Deus Eterno, espera-se que a família supere todos os percalços de percurso, consiga atingir os objetivos propostos e volte incólume para a terra natal. No entanto doçura recebe como recompensa aflição, tristeza e luto pela perda da família. Esse nonsense pode ter sido um lapso, por parte do autor, mas também pode ter sido intencional.

A FESTA DA PRIMAVERA
Os habitantes da Terra da Aflição veneram a deusa da Primavera, chamada Leviana, para a qual é organizada uma grande festa anual, com muita permissividade:

“Quando os primeiros raios de Sol irromperam por detrás do casal real sentado na pracinha, as bailarinas despiram-se totalmente, juntamente com a multidão, e todos começaram a se acariciar, nus, sem regras ou limites, numa verdadeira orgia a céu aberto. Doçura ficou estática, de boca aberta e olhos arregalados.
A festa da primavera, dedicada à Santa Leviana, durava o dia todo e se adentrava em mais uma noite, sendo celebrada a céu aberto, com as pessoas transando de todas as formas possíveis, não havendo limites para o prazer, tesão e orgasmo. A cada hora mais pessoas chegavam, se despiam e se lançavam àquele ritual obsceno.”

Tal festa pagã tem ligação com os antigos rituais a cada mudança de ciclo da natureza. Sabe-se que, na Antiguidade, os rituais de primavera eram valorizados por celebrarem a fertilidade, por marcarem o início de um período de abundância e generosidade da Mãe Natureza. Para os seres humanos também é um tempo de recarregar as energias, absorver a força da natureza, revigorar e rejuvenescer.  

Consta na mitologia que Perséfone, filha de Deméter, deusa da fertilidade, é sequestrada por Hades, deus do reino do inferno. Devido à dor da mãe, interrompe-se na Terra o crescimento das plantas e dos cereais. Um dia, graças ao riso da deusa, provocado por um gesto obsceno de uma serva, a natureza revive e a primavera retorna em todo esplendor. Desse mito originam-se as procissões fálicas da Antiguidade, cujo objetivo era despertar o riso, a alegria e, por conseguinte, suscitar a fecundação do solo e o reflorescimento da natureza, propiciando assim uma colheita abundante. Tais rituais visavam a atrair pelo riso a benevolência dos deuses.

POLARIZAÇÕES

O maniqueísmo perpassa todo o conto. Tal termo, popularizado hoje em dia, vem de Mani ou Maniqueu, pensador persa que pregou uma doutrina baseada na existência de um dualismo entre dois princípios opostos, basicamente entre o bem (reino da luz) e o mal (reino das trevas), ou entre Deus e o Diabo.
A ordenação das oposições existentes no reino da natureza em duas classes existe desde os pré-socráticos. Parmênides (530-460 a.C.) distinguia as qualidades positivas (o ser) como luz, e as negativas (o não ser) como obscuridade. Seu método consistia em remeter os opostos ao modelo preconcebido (claro/escuro - ser/não ser), estabelecendo assim uma polarização. O mundo empírico se cindia em duas esferas, sendo uma a negação da outra.  No conto de Pedrim Pescador há diversas polarizações: Terra da Aflição / Terra do Aconchego; Deus bondoso / Deus carrasco; pobreza / riqueza; bondade / malvadez; força / fraqueza...

Seu contemporâneo Heráclito (540-470 a.C.) tinha outra visão completamente díspar. Para ele, o ser e o não ser são o mesmo, em constante transformação. É dele o axioma de que não se pode banhar duas vezes no mesmo rio devido ao constante fluir das águas. A seu ver, nada é firme; tudo muda. Ser e não ser estão contidos um no outro, de modo que o todo deve ser determinado pelo devir ou vir a ser. Algumas doutrinas orientais reiteram o caráter relativo e funcional dos opostos: "isto" e "aquilo" são interdependentes; há um ponto em que os opostos se imbricam. No conto em questão, veem-se ambas as tendências. Há a polarização, mas há também a articulação dos opostos, geradora de equilíbrio: o rapaz chamado Força se casa com a donzela chamada Fraqueza, e seu irmão Coragem se casa com Covardia. Nesse caso, prevalece o meio-termo em lugar dos extremos. A união dos contrários gera a harmonia.

Concluindo, Doçura faz a nefasta travessia dos opostos e volta para a terra natal, acompanhada de sua nora Fraqueza, única pessoa a lucrar com a ida da família de Esperança para Aflição. Trata-se de um personagem aparentemente irrelevante:  tímida, medrosa, antissocial, caseira, calada, solitária e triste, exatamente o oposto de sua irmã Covardia. Não gosta de sua terra natal, não interage com as pessoas de lá e é sempre maltratada por Maustratos e Covardia.

Seu perfil vai mudando à medida em que ela se apaixona pelo jovem Força. Casa-se, muda-se para a casa da sogra, assume com prontidão a administração do lar, enquanto todos trabalham no mercado familiar, e ganha a admiração de Doçura, com quem parte para Aconchego, após a tríplice tragédia. Habituada à paisagem desértica, ao se aproximar de Aconchego, encanta-se com a paisagem. “Nunca havia visto tanto verde, tantos pássaros coloridos e tanta água.” Destarte, consegue trocar o inferno pelo paraíso.

Enfim, Fraqueza ganha vitalidade e se fortalece com a mudança de vida. Doçura, ao contrário, se enfraquece pela perda de Esperança, Força e Coragem,  e se torna insossa:  perde o gosto pela vida e o sabor de tudo.
                                                                                                                                                                                                                      Jô Drumond – 24 de junho de 2020


COMENTÁRIO DO LEITOR

Gostei da análise sobre o texto da esperança na terra da aflição. Foi interessante ver as referências a tempos mais antigos, o que ajuda a lembrar o quanto nosso pensamento é moldado pela cultura judaico-cristã da Europa ocidental, ainda que não sejamos religiosos. Achei bem interessante a referência à primavera por uma questão puramente da minha experiência pessoal. Depois de morar no nordeste dos EUA por um bom tempo, entendi melhor porque as pessoas por aqui curtem tanto essa estação. Após cinco meses de inverno rigoroso, com dias curtos e a vegetação hibernando, sem folhas, a exuberância da primavera é um espetáculo deslumbrante. Para quem cresceu no Brasil, com um inverno quase inexistente e plantas que nunca perdem o verde, achava a primavera legal, mas nada demais. Enfim, sempre achei interessante essa “tensão” entre a maioria das coisas que li e o que de fato eu vivi.
Bruno Brant ( New York)


Ei Jô.
Boa noite, tive que ler duas vezes.
Um texto bem complexo, mas resumindo, os extremos são sempre ruins em todos os sentidos, os excessos nunca fizeram bem a ninguém, o importante é o equilíbrio. A base de tudo!
Um grande abraço
Lola  (ES)

Oi, Jô, não é que a fábula do Pedrim Pescador imita a vida?!
No final das contas, no Aconchego ou na Aflição, não há solução, a não ser a sabedoria de Heráclito, que sacou a dualidade da unidade, difícil de ser entendida e vivida.
Abraço.
Chico Brant (BG – MG)

Oi Jô! Sua análise sobre o texto do vizinho está super interessante, até mesmo para leigos em literatura, como eu. O autor é criativo, e você, além de criativa, mostra grande capacidade e conhecimento literário. Porém, não disponho de elementos e conhecimento para o comentário que esse texto merece. Acho que é um “prato especial” para estudiosos de literatura.
Francisca (BH – MG)

Fiquei encantada como você, de um simples conto, escreveu essa crónica tão interessante. Lembrou-nos também passagens da mitologia! É sempre um prazer ler seus escritos. Continue a nos presentear com suas crônicas! Um abraço.
Jaçanan (ES)

Bom Dia, amiga Jô!
Bela, ampla e erudita resenha (as inserções várias dos maravilhosos personagens da mitologia grega conferem brilho especial à sua análise, amiga!) vc realizou sobre o conto do seu vizinho, Pedrim Pescador. Sacrossanta terapia consolatória é a leitura & escrita...“A sonhar eu venci mundos/ minha vida um sonho foi // F.Pessoa.
Bjs 💋💋💋e excelente semana para vc ora “autoexilada” na “Montanha 🏔 Mágica” (rsrs)
Jeanne Bilich (ES)

Amiga, há um tempo escrevi no Informativo “As Acadêmicas” que o escritor se inspira em outros autores para crescer no ato da palavra escrita, e que é sadio ter até uma certa inveja de um autor que é sucesso porque escreve bem. Realmente acredito. Eu invejo você porque seus escritos são muito enriquecedores. Seus exemplos, suas citações me deixam orgulhosa de poder usufruir de sua amizade e seus escritos são aulas de criatividade para mim. ESPERANÇA NA TERRA DA AFLIÇÃO, na realidade é o caminho percorrido pela humanidade em sua luta entre o bem e o mal.
Amei. Parabéns! Você é sucesso!
Regina Menezes (ES)

Muito bom...adoro....dá um pouco de alento no confinamento 👍🏼👍🏼😘 continue enviando. Aguardo.
Rosarinha (MG)

Jô, que trabalho bonito, interessante... lembrou-me As Brumas de Avalon... e outras leituras deliciosas de Druidas e povos pagãos. O maniqueísmo persa é incontestável e rege nossas vidas...


Scheise (ES)


Olá a todos! Aqui é o Pedrim Pescador, hahah, autor do livro! Queria agradecer à Dona Jô! Gratidão! Muito bom saber dessa repercussão de NA TERRA DA AFLIÇÃO MORREU ESPERANÇA! Eu não esperava por isto!

Apesar de o título ter ESPERANÇA e aparentemente ele ser o protagonista, a personagem principal é FRAQUEZA, pois ela consegue romper suas dificuldades para vencer na vida.

Que vocês, através deste livro, encontrem dentro de vocês mesmos: Esperança. E que ainda que esta morra, e ainda que você perca a força e a coragem, que você nunca perca a Doçura no falar, no viver, no agir. QUE VOCÊ NUNCA SE TORNE UMA PESSOA AMARGURADA, oka?


E que aquilo que é Maustratos, Covardia e Ira, voce deixe para trás, junto com toda a sua terra de aflição, e que mesmo que voce tenha nascido(a) em terra de aflição, existe uma terra de aconchego para você. Esta historia, apesar da violencia, é uma historia de amor, de perseverança e principalmente de VITÓRIA! DA FORÇA SOBRE A FRAQUEZA! Escrevam-me, respondo a todos: pedrimpescador@gmail.com

terça-feira, 16 de junho de 2020

ESFINGE COVÍDICA



“DECIFRA-ME OU TE DEVORO” 

Édipo conseguiu decifrar o enigma da esfinge que afligia a cidade de Tebas. Todos os que o precederam foram por ela devorados. Os cientistas estão tentando decifrar o enigma do coronavírus. Caso não o decifrem, poderão ser por ele devorados, assim como nós. Para a aflição de todos, além de apresentarem diferentes pontos de vista, os cientistas, às vezes, são contraditórios. A população mundial sente-se à deriva, num caótico caudal. Ninguém pode ter certeza se estará vivo dentro de uma quinzena ou de um mês. Como fazer planos para o futuro?

Durante a pandemia, estamos todos diante de um iminente perigo invisível, porém real e poderoso.
Isso nos remete a uma das mais importantes obras da Literatura Brasileira, em que o ser humano
está o tempo todo exposto ao perigo, tal qual Édipo, na encruzilhada, diante de uma esfinge enigmática. Em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, o mote "viver é muito perigoso", repetido insistentemente ao longo da narrativa, demonstra que o perigo de viver consiste no próprio fato de existir (no constante perigo de morte).

Faremos um suscinto paralelo entre a incerteza do atual mundo covídico e a incerteza do mundo de Riobaldo, protagonista da obra. Mas, antes disso, é oportuno registrar as recentes opiniões circuladas nas redes sociais, do filósofo francês, Edgard Morin (98 anos), sobre o assunto. Fazem parte de sua filosofia as assertivas: “espere o inesperado”, “as certezas são uma ilusão” e “as controvérsias são parte inerente da ciência”. Durante uma entrevista ao jornal CNRS, ele mostra seu ponto de vista sobre o momento de dúvidas em que estamos vivendo, afirmando categoricamente sua descrença nas verdades absolutas da ciência. Baseando-se no fato da incerteza de todos quanto à origem e diferentes formas do coronavírus, quanto aos graus de nocividade sobre diferentes tipos de população e quanto à (in)eficiência da cloroquina para os pacientes da covid 19, ele afirma que a ciência não é dogmática: “é uma realidade humana que, como a democracia, se baseia em debates de ideias, embora seus métodos de verificação sejam mais rigorosos”. Sabemos que, nos diversos estamentos sociais, há muita apreensão quanto ao desdobramento da pandemia e quanto ao caos econômico dela decorrente em todo o mundo. O pensador lamenta a irresponsabilidade dos gestores da crise em seu país, quando afirmam, em certo momento, a ineficiência da máscara e a inutilidade dos testes, na tentativa de esconder da população o fato de não haver mais máscaras, nem testes disponíveis no mercado. Quanto ao confinamento, a seu ver, ele pode ser problemático para os que estão habituados a passar grande parte do tempo fora de casa, mas pode ser benéfico para todos no que se refere ao despertar do humanismo e à conscientização da solidariedade, do companheirismo, da amizade, do amor ao próximo... Pode ser que tiremos algo proveitoso da tragédia que se abate sobre nós.

Segundo Edgard Morin, nossa necessidade de certeza, oriunda do processo civilizatório, agrava ainda
mais a crise existencial de cada cidadão, pelo fato de não encontrar um eixo, ou um ponto de apoio para aliviar a tensão. Isso nos remete à obra de Guimarães Rosa, citada inicialmente. A dupla face das coisas, dos seres e das circunstâncias nos conduz ao cerne dessa obra na qual não se exclui nem se impõe verdade alguma. Na busca de certezas, encontram-se apenas dúvidas. Por meio de um emaranhado discurso, o protagonista nunca se decide entre o sim e o não. A narrativa se faz por meio de um falso diálogo, ou melhor, de um monólogo com desdobramento dialógico, que, no entanto, não se concretiza. Dúvida, hesitação, indecisão e insegurança perpassam todo o romance: na indefinição do foco narrativo, no imbricamento de níveis narrativos, na indefinição dos personagens que se apresentam como indivíduos divididos, na atopia e na acronia, ou seja, na indefinição espacial (o espaço se espalha em todas as direções), e temporal (presente e passado se deslocam, se entrecruzam e se embaralham), nos questionamentos metafísicos de Riobaldo... Até mesmo o gênero da obra é questionável: épico, lírico e dramático se imbricam. Não é fácil classificar uma obra em que quase tudo é indefinido. Os críticos divergem entre romance, novela, epopeia, saga ou conto. Em verdade, trata-se de uma Opera-mundi, expressão que designa textos literários que não se enquadram nas classificações usuais, não se moldam aos cânones literários. A permanente e inconclusa dialética rosiana ocasiona a oscilação das polaridades, em uma narrativa singular, levando o leitor de uma esfera a outra, suspenso entre o ser e o não ser, num sertão paradoxal e labiríntico. A narrativa não se presta a desvelar ou a desvendar os enigmas da vida nem os sentidos das coisas. Ela se desdobra numa densa trama de imagens e numa nebulosa de signos, tendo um narrador que usa "palavras tortas", no afã de contar o que não sabe, de ponderar o imponderável e de buscar o infinito.

Num romance sem fronteiras, como esse, a conclusão não existe. O herói não é herói nem anti-herói e sim "homem humano”. O que lhe resta é a infinita procura, num caminho que não se fecha; bifurca-se infinitamente. No caso da pandemia, nos resta também a infinita busca, mas diferentemente do romance, em diversos caminhos que se convergem para um só destino: a cura. Enfim, o mundo todo espera que a ciência decifre o quanto antes o enigma que nos aflige, antes que a esfinge nos devore.

Jô Drumond – 15 de junho de 2020




RETORNO DOS LEITORES REFERENTE 
À CRÔNICA  “ESFINGE COVÍDICA”

Jô, querida, adorei sua crônica erudita, deliciosa, instrutiva. Sim; também parei pra pensar: as incertezas da vida alimentam nossas dolorosas dúvidas e nossas buscas. E as respostas, na verdade, nunca satisfazem plenamente. A repetida reflexão de Riobaldo - “viver é muito perigoso”… ressoa em nossa alma. Mas, não serão as incertezas e o “perigo” o desafio necessário à riquíssima aventura de viver? Que graça teria uma vida plana, previsível?

Pessoalmente… já gosto de um desafio!

Seu texto, como sempre, é muitíssimo interessante e bem escrito. Um gosto, desfrutá-lo! 
Em relação à pandemia, mais que a morte em si (a única das certezas) o mais triste é a dor que paira sobre nossa frágil humanidade, principalmente quanto às camadas mais carentes, a quem mais são negados os recursos “amenizadores”, “sedativos” e “caridosos”.

Parabéns, querida. Da mitologia ao grande sertão, passando por E. Morin e seu ceticismo quanto às verdades da ciência… seu texto nos leva a reflexões outras, mais profundas, e tão instigantes como a própria vida. Eu gosto disso.


MARILENA SONEGHET (ES)



Quantas incertezas narradas e amarradas em um nó que confunde a todos nós!
Eu diria que a impermanência é o que rege o mundo. Tudo muda o tempo todo.
Pego-me nas reflexões, labirintos de situações, fatos, e lá se vai uma boa parte do meu dia. Até que chego à conclusão de que é preciso viver um dia de cada vez e ser feliz na medida do possível.
Adorei o texto. As incertezas estão aí.
Mônica (Brasília - DF)

Olá, Jô.
Oportuna a sua crônica em um momento p a humanidade q lembra ficção... Se há aflição, existe tb esperança.
Vc deixa o final em aberto, natural e angustiante, por isso msm me afligiu - sempre precisamos ou sentimos necessidade de segurarmos em alguma coisa (isso desde qdo nascemos, ainda no berço).
Seu raciocínio foi lógico ao reunir quatro "monstros" (filosofia, literatura, mitologia e vírus), e corajoso, e penso que tenha se saído muito bem, sobretudo qdo expõe as mazelas e incertezas do homem do sertão, num paralelo com a dor do homem do mundo, afinal, sofrimento é o msm em qualquer canto do planeta...
Se me permite, só enxugaria mais a parte do filósofo francês, deixando mais solta a voz de Guimarães, o nosso "filósofo do mundo".
Parabéns pela escrita, sempre muito doce mas com pitadas amargas p que não esqueçamos q "viver é muito perigoso".
Mattedi (ES)

Adorei seu texto. A situação realmente é um emaranhado de situações e no fim...sempre digo: - não acredite em tudo, mas não duvide de nada! Estamos vivendo como se estivéssemos caminhando no escuro. Vez ou outra um clarão de luz, mas, logo em seguida, tudo escurece novamente! É como se estivéssemos subindo em um pau de sebo. Um dia a gente chega lá. Temos que manter acesa a chama da esperança que se renova a cada dia.
Lola (ES)

Gostei, o livro Grande sertão: veredas. Há uma luta entre o certo e o incerto, até chegar a uma bifurcação sem segmento para onde ir. Nesta pandemia é a mesma coisa. Vejo-me diante de contaminar ou não contaminar. Os cientistas estão na mesma situação. Até a OMS, às vezes, se contradiz.
Só sei que ambas situações, do livro e da pandemia, se assemelham. E não sei até onde vamos parar. Uma é real, a outra imaginária. Estrou amedrontada e com pena dos que faleceram. Será o fim dos tempos?
Maria José Nunes (Patos de Minas - MG)

Olá, Jô! Bravíssimo! Texto maravilhoso! Quem anteveria Édipo a reunir Morin e Guimarães? Genuíno e instigante! Apenas, abelhudo e amigo, sugeriria a retirada de "para o futuro" da interrogação que encerra o primeiro parágrafo. A repercussão não é necessária. Saudades... Abraço!
Adilson Vilaça (ES)

Muito boa sua análise sobre o pensamento filosófico de Morin e GR, Jô! Os dois e você repõem a realidade da precariedade típica da condição humana. Não adianta contarmos com verdades absolutas e eternas. Não é por acaso que o ser humano inventou Deus. A ciência pode comprovar fatos que analisados, mas a “vã” filosofia continua a contribuir para levantar dúvidas.
Parabéns e um abraço
Francisco Brant (BH – MG)

Para mim seu texto é monumental. Neste momento estamos todos numa encruzilhada que nos conduzirá aonde, como e quando? Muitas perguntas e o medo deste enigma. Vou postar no Facebook.
Obrigada. Você é demais!!!
Zilca (RS)

Ô fornada boa! Melhor que pão de queijo quente!..
Você estava muito inspirada quando escreveu este texto... Quando escrevemos, mostramos , sem querer, nosso nível cultural... O seu é incrível!!!! Gostei do texto. Parabéns!! 😀😀😀😀😀😁
Nilda Nunes (Patos de Minas - MG)

Jô, como tudo que você escreve, está perfeito!!! Esse paralelismo entre o real, o mitológico, o filosófico e o literário, feito por você, está sensacional. Li, uma vez, me deliciando com o texto. Depois, reli, para degustar, mais ainda a descrição literária de um momento crítico que a humanidade está passando. Parabéns!!! Sou sua leitora e grande fã.
Marta (Patos de Minas - MG)

Muito boa essa relação entre as dúvidas sobre a existência no Grande sertão: veredas e nossas dúvidas sobre a existência hoje. Apesar das críticas de Edgard Morin, a ciência é a coisa mais acertada que temos hoje. Não é possível negá-la em nome de outros valores incertos. Mas logo logo vai haver uma vacina, e estaremos livres disso.
Luís André Nepomuceno (Patos de Minas – MG)
Gostei muito da maturidade da escritora, um texto que nos conduz fora do tempo, não importa o assunto,    escrever é uma arte, difícil, sem dúvida, o isolamento te fez saudável.
José Efigênio Pinto Coelho (Ouro Preto - MG)

Reunindo Arte e Reflexão, Jô Drumond exercita sua versatilidade literária transitando no campo das ideias e no da beleza, com a competência costumeira, num texto que retrata o cenário nebuloso que ora nos aflige. Apoiada na obra prima Roseana, num filósofo respeitado e numa lenda da Mitologia, o convencimento se faz, sutil e brilhante.
Neith Cruz (ES)

Só você para ter uma idéia de juntar Edipo, Covid, Riobaldo e filosofia. Ficou uma crônica interessante. Gostei muito! Um abraço.
Jaçanan (ES)

Jô, seu texto é maravilhoso. Você sabe, como ninguém fazer as ligações para produzir as ideias. Quando li o Grande Sertão me lembro que me chamou atenção a incerteza de tudo. Contei até o número de vezes em que aparece a palavra Deus na procura de respostas. Falar do livro sempre me encanta e hoje a leitura do seu texto me levou a reafirmar a minha grande admiração por você. Bjs
Terezinha Bichara (ES)

Parabéns, Jô! Sua crônica está demais! Uma costura muito feliz, bem feita, fundamentada em vasto conhecimento e incrível habilidade em estabelecer correlações, em fazer o “cerzimento” entre diferentes ideias, de diferentes contextos.
Francisca(BH-MG)

Parabéns, Jô. Você escreve muito bem. O seu texto é bem claro, instigante e amarra com maestria os argumentos. Posso compartilhar sua crônica com amigos escritores? Abração!
Fernando Acchiamé  (ES)

Gostei sim. O cerzimento ficou perfeito! O crítico tinha razão! A pandemia matou e matará mais pobres do que ricos, provando que talvez não sejamos
iguais nem na morte.
Suman (ES)

Muito bom, Jô. Foi bom compartilhar
Estou bem estafada (como muitos) deste isolamento. Há 85 dias, só tenho janela para olhar quem está de máscara, quem está passeando com o cachorro, quem está na rua.
Gostei da sua crônica. Não vejo mais noticiários. Tiro dúvidas com um sobrinho médico. Estamos todos juntos nesta indefinição, neste disse me disse, na realidade no meio do nada. Não sabemos nada.
Bom ler seus escritos
Obrigada💋❤🥰🌹🌹
Gislene (ES)

Excelente texto, Jô! Gostei muito da narrativa e das associações que vc fez entre filosofia, literatura e ciência. Uma crônica saborosa, no meu ponto de vista. Obrigado pela lembrança. Abraços e se cuide.
José Roberto Santos Neves (ES)

Bonjour. Excelente artigo. Vc brilhou. Como diz Maiakovski "Gente é pra brilhar " e você contribui com o debate por meio de reflexões pertinentes e oportunas.
Altamir (Patos de Minas - MG)

Belo texto, Jô. A Esfinge não vai nos devorar, apesar dos estúpidos.
Álvaro (ES)

Parabéns! Vc conseguiu descrever exatamente as incertezas que estamos vivendo.
" Viver é muito perigoso ".
Sônia Nunes (Guimarânia-MG)

Parabéns! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Impecável! Com escrita perfeita, raciocínio claro e tema atual. Perfeitas citações. Adorei!
Regina Menezes (ES)

👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Parabéns. Muito bom. Seu texto nos faz pensar sobre nossa existência por aqui. Até quando? Você tem o dom da escrita.
Gilson Teixeira (MG)

Jô, você acabou incluindo também a Psicanálise na sua crônica incrivelmente rica !
Fico impressionada com “o fluir”das suas palavras !
Tenho muito orgulho de você, amiga ! Continue a “jorrar” esta fonte inesgotável de palavras e pensamentos tão bem colocados!
Ohhhh acabei falando bonito !!!
Rosa Manna (Campina Verde - MG)


Achei bárbaro isso, li de um gole só... tantas versões, incertezas.... ontem um amigo meu faleceu e deixou escrito.... to be or not to be, better not to be.... se matou! Espero que a esfinge não chegue até eu terminar os 2 cursos de Aquarela que estou fazendo, on Line. Até agosto, não quero ver nenhuma esfinge!! Vamos acreditar que dias iluminados vão acontecer ! 👍👍🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻😍😍
Nona (ES)

0i Jô, parabéns texto muito bem escrito e que retrata nossas angústias destes momentos que estamos vivendo. Beijos e mais uma vez parabéns.
Heloísa (Brasília- DF)

Parabéns amiga!!! Como sempre, muito bem escrito e condizente com a realidade.
Zezé (ES)

Jô, você misturou "alhos com bugalhos", com muita competência e erudição. Parabéns amiga! 👏👏💋
Maria Inez nascimento (Santa Luzia - MG)

Você é muito boa no que faz. Achei sua crônica excelente! Um texto totalmente coerente com a realidade cheia de incertezas que estamos vivendo. Parabéns!!! 👏🏼
Hilda (ES)

Querida Jô, é muito bom esperar seus textos... Lê-los ainda melhor. Em sua Crônica Esfinge Covídica, a análise deste tempo dialoga com a mitologia, literatura e filosofia. Compõe uma síntese tão rica, que resulta em uma arte perfeita. O Grande Rosa e o filósofo Edgar Morin apontam luzes sobre a ciência e o homem na infinita procura de caminhos do real e iminente perigo do viver... Parabéns!!!
Maria Elisa (BH-MG)

Amei, Jô. Fez um bordado bonito e de fácil entendimento. É sempre um misto de alegria e prazer ler seus textos. Desculpe-me pela demora em responder. Sempre leio e releio, tentando memorizar. Parabéns!!!😘
Júlia (ES)

Muito bom, Jô! Ótima reflexão: sofisticada e, ao mesmo tempo clara para se entender. Admiro muito não só sua capacidade de escrever mas também a de pesquisar. E eu fico de cá só batendo palmas! 👏👏👏👏
Vânia vida (BH-MG)

A crônica nos mostra uma situação inesperada e desesperadora, mas é real. Nos faz pensar como somos frágeis e indefesos diante de algo tão minúsculo e perigoso!
Nesse momento difícil, é maravilhoso ter sua companhia com reflexões interessantes e que, além disso, nos alertam.
Sônia (Piauí)

Jô, parabéns. Você tirou de letra o desafio de juntar quatro variáveis de grande complexidade e construir daí um todo conclusivo e convincente.
Tenho certas reservas em relação às teses de Edgar Morin.
1- As controvérsias são parte inerente da filosofia mas não da ciência. A ciência vive das certezas relativas.
2- Morin apregoa descrença das " verdades absolutas da ciência". A ciência não tem verdades absolutas mas apenas relativas. Suas teorias valem somente até que novas teorias apresentem melhor explicação dos fatos.
3- A ciência não se baseia em debate de ideias mas sim nas teorias amparadas em melhor comprovação empírica.
Samuel (ES)

Boa tarde, Jô!😘
Adorei o texto. Parabéns! Como sempre, você escreve muito bem. Obrigada por compartilhar comigo. Abraço.
Neide Nunes (Itaúna – MG)

Ótimo, adorei! Parabéns, Jô, pelo texto criativo e reflexivo, e por conseguir produzir Arte mesmo nos momentos difíceis.
Ariane (ES)

Jô, parabéns pelo primoroso texto e conhecimento de causa. Além do aprendizado, nos deleitamos com seus escritos. Incrível sua criatividade e desenvoltura na escrita.
Denise Moraes (ES)

Jô, seu “balaio de gato” não é nenhum “balaio de gato”. É uma beleza de texto. Demonstra seu conhecimento sobre Guimarães Rosa. Amei seu texto. Um dia vou estudar sua obra. Tenho todos os seus livros em minha biblioteca.
Ester Abreu (ES)

Jô, querida! O cerzimento que você fez, só uma pessoa com seu conhecimento e como você poderia fazer. Tenho muito orgulho de ter sido sua primeira professora, de ter lhe ensinado o “beabá”. Excelente! Parabéns!
  Anatildes (Guimarânia – MG)

Ótima analogia, Jô, com essa volta à mitologia e ao grande sertão para suas comparações. Mas como as dúvidas constantes do Morin, você mostra mais medo do que esperança de que o coronavírus seja  derrotado antes que nos devore. Estou errada? É uma bela expressão do que quase todos estamos sentindo neste momento, sem perspectivas para o futuro. Gostei muito.
Maria Avani (SP)