Foto de Jô Drumond |
Na extremidade do golfo de Ajaccio, capital da
Córsega do Sul, há uma presqu’île (ilha ligada ao continente)
chamada Parata, no topo da qual se encontra, em ruínas, uma das 90 torres de
pedra, construídas no século XVI, com o objetivo de proteger a costa de toda a
Córsega. Logo após a ilha de Parata, desvelam-se 4 ilhotas conhecidas como Îles
Sanguinaires, que fazem parte do patrimônio natural e cultural da Córsega.
Essas ilhas constituem um pequeno arquipélago
rochoso de origem magmática, composto de diorita e de granito monozonítico,
famoso pela incandescência ao entardecer. Os últimos raios solares incendeiam
as rochas com suntuosas nuances de vermelho, e criam um cenário onírico, de
rara beleza.
Das diversas especulações a respeito do nome desse
arquipélago, a mais plausível seria a cor de sangue que envolve as rochas e o
horizonte, a cada pôr do sol.
O local, belíssimo ao entardecer, é considerado um
dos lugares mais românticos da Córsega, mesmo à luz do dia, devido à
transparência das águas, à flora aquática e à topografia. Esse recanto,
privilegiado pela natureza, tem levado pintores e poetas a momentos de intensa
estesia, o que desencadeia inspiração para grandes obras.
De um restaurante panorâmico, situado em ponto
estratégico da costa, pode-se avistar o arquipélago e usufruir da beleza do sol
poente, mas só se pode chegar até as Ilhas Sanguinárias de barco.
Há companhias de turismo com passeios programados a
partir de Ajaccio até a Mezzu Mare (Grande Sanguinaire), onde
se pode passear, se banhar na água azul turquesa, mergulhar e apreciar de perto
a flora aquática e a beleza sub-marina, que podem ser apreciadas também de
dentro do barco, graças à limpidez das águas. Entre Porri eCormorans,
há o rochedo U Sbiru, de 13 m de altura. A visita guiada leva o
visitante a conhecer melhor o local, por meio de um tour pelas
ilhotas Mezzu Mare, Cormorans, Cala d’Alga e Porri,
e sobretudo por meio de comentários sobre a baia de Ajaccio, sua história, sua
fauna e sua vegetação.
Trata-se de um passeio inesquecível, porém difícil
de ser feito em período de férias escolares, pois a procura é bem maior que a
oferta. Deve-se evitar a Córsega em alta temporada, devido ao grande fluxo de
turistas. O que poderia ser motivo de prazer pode se tornar transtorno.
Jô Drumond, Córsega, maio de 2017